<body><script type="text/javascript"> function setAttributeOnload(object, attribute, val) { if(window.addEventListener) { window.addEventListener('load', function(){ object[attribute] = val; }, false); } else { window.attachEvent('onload', function(){ object[attribute] = val; }); } } </script> <div id="navbar-iframe-container"></div> <script type="text/javascript" src="https://apis.google.com/js/platform.js"></script> <script type="text/javascript"> gapi.load("gapi.iframes:gapi.iframes.style.bubble", function() { if (gapi.iframes && gapi.iframes.getContext) { gapi.iframes.getContext().openChild({ url: 'https://www.blogger.com/navbar.g?targetBlogID\x3d34117314\x26blogName\x3ddi%C3%A1rio+de+um+quiosque\x26publishMode\x3dPUBLISH_MODE_BLOGSPOT\x26navbarType\x3dBLUE\x26layoutType\x3dCLASSIC\x26searchRoot\x3dhttps://diariodeumquiosque.blogspot.com/search\x26blogLocale\x3dpt_PT\x26v\x3d2\x26homepageUrl\x3dhttp://diariodeumquiosque.blogspot.com/\x26vt\x3d3828217289678099654', where: document.getElementById("navbar-iframe-container"), id: "navbar-iframe" }); } }); </script>

diário de um quiosque

O Pacheco Pereira tornou-se uma espécie de Ardinario da política [caracteres extra para não me estragar o template do blog]

Taxombas

terça-feira, outubro 28, 2008

Há duas espécies de seres vivos que me entram pela porta das traseiras do quiosque sem a respectiva licença: pombas e taxistas.

As pombas entram quando está vento norte, atraídas pelas migalhas que voam cá para dentro, e já são poucas as que não conhecem o meu pé canhão, pelo que o fenómeno vai rareando nos dias que correm. Animais inteligentes, estes. Além disso estabelecemos de há uns tempos para cá um pacto silencioso em que eu não importo muito que elas invadam o meu espaço comercial desde que não desarrumem nada e não tragam cocó de cão agarrado aos pés, e em que elas não se importam muito que eu nos tempos mortos pratique um pouquinho de lançamento da beata. Levo 1 em 17 este mês, não pensem que é fácil.

Os taxistas entram quando está vento norte, sul, este, oeste quando não está vento, quando está sol, chuva, trovoada, tempestade tropical, ou quando há ciclones e tsunamis… e simultaneamente lhes falta tabaco ou saldo no telemóvel. Os taxistas, quer queiram quer não, são pessoas, e o meu pai sempre me disse que não se deve pontapear pessoas, mesmo sendo taxistas. E faça-se justiça aos taxistas desta praça: dois em cada dez são óptimas pessoas e não merecem uma única palavra mais ofensiva deste parágrafo. À semelhança das pombas, também estabeleci um pacto silencioso com esta espécie: eu não me importo muito que eles invadam o meu espaço e me apanhem a desfolhar a Playboy, desde que não tragam cocó de pomba agarrado aos sapatos, e eles não se importam muito de olhar pelo quiosque durante a noite e reportar de manhã coisas como “ontem andaram aí uns tipos à volta da fechadura, você devia colocar uma grade” – que eu coloquei – ou “estive a pensar que você poderia colocar uma marquise para ficar com um espaço maior, assim sem ninguém dar por nada” – que não coloquei porque me faltam 1250 euros e um tomate para completar os três necessários para uma operação desta natureza.

Está assim dado o mote para um daqueles episódios difíceis de esquecer, embora ainda agora tenha dúvidas se não seria para os apanhados. Eu bem que senti movimentações atrás dos arbustros, mas cá vai.

Bem. Domingo de manhã, razoável afluência do público e um sol radioso sem vento. Ou seja, tinha mais probabilidades de ser incomodado por um taxista que por uma pomba. Assim foi. O taxista aborda o interior do quiosque, e ao seu lado está um inconfundível jovem de nacionalidade não portuguesa, com um ar abatido.

Ouve lá, vê lá se percebes o que é que este bife quer, que eu de estrangeiro não pesco nada”.

Sir, i went to one of those houses… you know… (…) those houses… ok, i payed to fuck. I was so drunk I couldn’t remember anything and I woke up this morning without my wallet, my passport and my cell phone. I want to go back to the house and get my things back. And don’t ask me where is it because I can’t remember how did I get there”.

Então temos uma situação que é a seguinte. Este rapaz foi a uma casa de meninas e…”

Foi onde??”

Peço desculpa, foi a uma casa de putas e estava com uma bebedeira tal que não se lembra como foi lá parar e como saiu de lá. Mas lembra-se que quando acordou, sabe-se lá onde, não tinha carteira, passaporte e telemóvel. Agora quer regressar a essa casa e recuperar as suas coisas”.

É fácil, só há uma casa de putas na Figueira. Pergunta-lhe se é da cor tal, no caminho para tal e cheia de árvores e miúdas à volta”.

Maybe. I wanna go there”.

Agora ninguém lhe abre a porta, só abrem por volta das 9.30 da noite”.

Chega ao local o taxista nº2, que me obriga a reportar a situação.
O seu diagnóstico é claro:

É fácil, só há uma casa de putas na Figueira. Pergunta-lhe se é da cor tal, no caminho para tal e cheia de árvores e miúdas à volta e tal”.

Ele diz que talvez. Quer ir lá já ver se recupera as suas coisas”.

Agora ninguém lhe abre a porta, só abrem por volta das 9.30 da noite”.

Já lá vinha o taxista nº3 mas eu fui vender Records.
posted by ardinario, 10/28/2008 01:29:00 da manhã

3 Comments:

Muito, muito bom.
1 em 17 numa pomba????que forma!!
uma pequena correcção - A porta do teu quiosque é virada a poente (oeste).
commented by Anonymous Anónimo, 10/28/2008 10:41 da tarde  
ahahahahaha e pombas nada...
commented by Blogger @na, 10/29/2008 10:24 da tarde  
1 em 25

Add a comment