i de Maio de 2009
quinta-feira, maio 07, 2009
23 de Setembro de 2008
Recebi um email dos senhores André Macedo e Miguel Pacheco. Procuravam cronistas para enquadrar num projecto jornalístico que estaria nas bancas em 2009, e desafiavam-me a escrever um artigo para apreciação. Agradeceram a disponibilidade e confidencialidade, ficando à espera de uma resposta.
Surpreso, aceitei o desafio.
Até hoje, continuo à espera de uma resposta.
7 de Maio de 2009
8.02
O projecto jornalístico chega às bancas.
Por razões pessoais, a primeira impressão – não a do jornal, mas sim das pessoas – é, evidentemente, negativa. Não pense o leitor que acuse algum toque de ressentimento. Sou maduro o suficiente para não o fazer.
Tenho aguardado com grande entusiasmo a chegada do i. Numa altura em que são evidentes as dificuldades que a imprensa escrita atravessa, tanto na redução – a conta-gotas, é certo – no número de leitores como, especialmente, na quebra das receitas de publicidade, é de um atrevimento empresarial fora de comum que se assiste ao lançamento de um novo jornal diário de referência. Merece o meu aplauso.
Nos tempos que correm, na imprensa escrita, há poucos caminhos possíveis a seguir. Tapam-se as despesas por um lado, com despedimentos colectivos, e destapa-se a vertente da qualidade, por outro. E é aqui que reside uma das vantagens do i. Em termos financeiros, a estrutura foi montada já com as novas variáveis em cima da mesa. Partir do zero, nestes termos, é um bom avanço.
8.45
O i estás nas bancas.
foto Alexandre Gamela
Por muito que se queira ser o pioneiro da crítica ao jornal, não seria honesto fazê-lo apenas com primeiro número nas mãos. A lógica diz-nos que o nº1 deverá ser a pior das edições. Os bons produtos sofrem altos e baixos, mas evoluem. Sempre. Como tal, o que se segue será apenas 20% da avaliação.
Como leitor agrada-me o grafismo da capa. Uma imagem forte – embora a impressão (?) tenha ficado pobre – aliada a um tema controverso, são um óptimo ponto de partida. Um grande destaque, na página principal, desperta sempre a atenção, e faz vender um jornal, mesmo a quem não o compre regularmente.
11.13
Confesso que esperava uma secção de opinião mais alargada, mas será algo a acompanhar nos próximos dias. O Radar cumpre a sua função de leitura light, embora seja algo confuso de acompanhar. Na secção Zoom residirá a jóia da coroa do jornal. É o ponto forte e uma lufada de ar fresco, onde artigos de fundo e reportagem cuidada fazem a diferença num jornal diário. A última secção – Mais – é um jornal de referência a fazer de gratuito. Também faz parte.
15.21
Esgotaram os 20 exemplares. Confesso que esperava mais procura. Embora o cliente tipo do quiosque não se enquadre propriamente no público alvo do jornal, a curiosidade costuma vender mais. Em termos promocionais terá havido uma contenção de custos, se compararmos, por exemplo, com o lançamento do semanário Sol em 2006.
Comprei um exemplar, o meu pai comprou outro (embora ainda não saiba). Outro atravessa amanhã o Atlântico, a caminho dos escritórios de @mattmansfield, presidente da Society for News Design, que lhe prometeu “algo” para o encontro de 16 de Maio em Chicago. 4€ que me custou a brincadeira…
18.02
O i não deslumbrou na estreia. As expectativas eram, e continuam a ser, altas. É um jornal diferente, com estilo, que não vai roubar clientes a lado nenhum, mas que pode conquistar um novo espaço.
É novo. É bom. Gosto.
Faltam 80%.
(Crítica à versão online, aqui.)
Recebi um email dos senhores André Macedo e Miguel Pacheco. Procuravam cronistas para enquadrar num projecto jornalístico que estaria nas bancas em 2009, e desafiavam-me a escrever um artigo para apreciação. Agradeceram a disponibilidade e confidencialidade, ficando à espera de uma resposta.
Surpreso, aceitei o desafio.
Até hoje, continuo à espera de uma resposta.
7 de Maio de 2009
8.02
O projecto jornalístico chega às bancas.
Por razões pessoais, a primeira impressão – não a do jornal, mas sim das pessoas – é, evidentemente, negativa. Não pense o leitor que acuse algum toque de ressentimento. Sou maduro o suficiente para não o fazer.
Tenho aguardado com grande entusiasmo a chegada do i. Numa altura em que são evidentes as dificuldades que a imprensa escrita atravessa, tanto na redução – a conta-gotas, é certo – no número de leitores como, especialmente, na quebra das receitas de publicidade, é de um atrevimento empresarial fora de comum que se assiste ao lançamento de um novo jornal diário de referência. Merece o meu aplauso.
Nos tempos que correm, na imprensa escrita, há poucos caminhos possíveis a seguir. Tapam-se as despesas por um lado, com despedimentos colectivos, e destapa-se a vertente da qualidade, por outro. E é aqui que reside uma das vantagens do i. Em termos financeiros, a estrutura foi montada já com as novas variáveis em cima da mesa. Partir do zero, nestes termos, é um bom avanço.
8.45
O i estás nas bancas.
foto Alexandre Gamela
Por muito que se queira ser o pioneiro da crítica ao jornal, não seria honesto fazê-lo apenas com primeiro número nas mãos. A lógica diz-nos que o nº1 deverá ser a pior das edições. Os bons produtos sofrem altos e baixos, mas evoluem. Sempre. Como tal, o que se segue será apenas 20% da avaliação.
Como leitor agrada-me o grafismo da capa. Uma imagem forte – embora a impressão (?) tenha ficado pobre – aliada a um tema controverso, são um óptimo ponto de partida. Um grande destaque, na página principal, desperta sempre a atenção, e faz vender um jornal, mesmo a quem não o compre regularmente.
11.13
Confesso que esperava uma secção de opinião mais alargada, mas será algo a acompanhar nos próximos dias. O Radar cumpre a sua função de leitura light, embora seja algo confuso de acompanhar. Na secção Zoom residirá a jóia da coroa do jornal. É o ponto forte e uma lufada de ar fresco, onde artigos de fundo e reportagem cuidada fazem a diferença num jornal diário. A última secção – Mais – é um jornal de referência a fazer de gratuito. Também faz parte.
15.21
Esgotaram os 20 exemplares. Confesso que esperava mais procura. Embora o cliente tipo do quiosque não se enquadre propriamente no público alvo do jornal, a curiosidade costuma vender mais. Em termos promocionais terá havido uma contenção de custos, se compararmos, por exemplo, com o lançamento do semanário Sol em 2006.
Comprei um exemplar, o meu pai comprou outro (embora ainda não saiba). Outro atravessa amanhã o Atlântico, a caminho dos escritórios de @mattmansfield, presidente da Society for News Design, que lhe prometeu “algo” para o encontro de 16 de Maio em Chicago. 4€ que me custou a brincadeira…
18.02
O i não deslumbrou na estreia. As expectativas eram, e continuam a ser, altas. É um jornal diferente, com estilo, que não vai roubar clientes a lado nenhum, mas que pode conquistar um novo espaço.
É novo. É bom. Gosto.
Faltam 80%.
(Crítica à versão online, aqui.)
2 Comments:
Bom artigo que escreveste, por acaso hoje nao tive muito tempo de o ler com atenção o jornal. Hoje alguns clientes que o compraram foi por mera curiosidade e talvez da publicidade, só um reclamou o preço , mas amanha se esperam as criticas hoje ainda é cedo pra balanço! Até Amanha colega!
commented by Beko, 5/07/2009 7:50 da tarde
Passados todos estes dias, já parece possível dizer algo mais. O "i" é uma aposta arriscada (e arrojada), num tipo de jornalismo que fazia falta: um maior desenvolvimento dos assuntos, em vez da aposta no imediatismo da notícia curta. Há ainda muito para evoluir. Resta saber se a aposta é financeiramente viável. Eu apoio.