Jornal 1X2 (parte 1)
quarta-feira, maio 02, 2007
Era uma vez, há muitos, muitos anos atrás, uma equipa de futebol chamada Benfica.
Essa equipa, além de jogar à bola, fazia parte de um fantástico jogo de apostas de seu nome… totobola. (O leitor poderá alertar que o Benfica não jogava sozinho nesse jogo, mas eu poderei ripostar que colocar a cruz na vitória do Benfica não era mais que um mero exercício de rotina semanal, tal a certeza da vitória dos encarnados). Nesses tempos longínquos, sempre que o Benfica falhava, na semana seguinte havia jackpot no totobola. Certo e sabido.
Fez parte da minha infância passar alguns serões a jogar no totobola.
Depois de ultrapassar a fase da marcação aleatória das cruzes, antevendo desde logo uma forte apetência pelo totoloto, onde só por mera infelicidade nunca ganhei um tostão furado, debrucei-me com mais atenção sobre a constituição dos jogos de cada boletim. Aprendi rapidamente que havia ali um processo de lógica entre uma parelha de equipas e a colocação da respectiva cruz. A dificuldade, alertaram-me, estava em acertar no quadrado certo.
Não desisti perante tamanha adversidade e o meu entusiasmo redobrou… aliás, triplicou, quando que me foi comunicada a existência dessa maravilha que dava pelo nome de tripla, garantia de resultado certo, e que me fez sentir o menino mais felizardo do mundo, acabado de descobrir o grande segredo do totobola.
Colocando cuidadosamente 3 cruzes em cada jogo, excepto no do Benfica, claro, fui acumulando trezes em semanas consecutivas.
Curiosamente, a minha mesada mantinha-se inalterada. Nada que me fizesse abater, contudo. Comuniquei tal facto aos responsáveis pela minha contabilidade e foi então que acordei para a realidade: para ser declarado vencedor do totobola, tinha que haver um registo do boletim numa casa especializada. Mais. Foi-me imposto um limite para o número de duplas! E quanto a triplas, nem pensar!
Naquele momento senti que havia declaradamente um movimento organizado que me impedia de acumular ganhos no totobola. Mesmo assim fui à luta. Na semana que se seguiu, deixei o boletim em branco e aguardei serenamente pelo final dos respectivos jogos, levando à letra o famoso lema de João Pinto, “prognósticos só no final”.
Fiz um onze.
Na 2ª feira seguinte, assim que a entidade responsável chegou a casa, fiz-lhe chegar o boletim, para registo imediato. Em troca, recebi um sorriso e um exemplar do Jornal 1X2.
(continua amanhã)
Essa equipa, além de jogar à bola, fazia parte de um fantástico jogo de apostas de seu nome… totobola. (O leitor poderá alertar que o Benfica não jogava sozinho nesse jogo, mas eu poderei ripostar que colocar a cruz na vitória do Benfica não era mais que um mero exercício de rotina semanal, tal a certeza da vitória dos encarnados). Nesses tempos longínquos, sempre que o Benfica falhava, na semana seguinte havia jackpot no totobola. Certo e sabido.
Fez parte da minha infância passar alguns serões a jogar no totobola.
Depois de ultrapassar a fase da marcação aleatória das cruzes, antevendo desde logo uma forte apetência pelo totoloto, onde só por mera infelicidade nunca ganhei um tostão furado, debrucei-me com mais atenção sobre a constituição dos jogos de cada boletim. Aprendi rapidamente que havia ali um processo de lógica entre uma parelha de equipas e a colocação da respectiva cruz. A dificuldade, alertaram-me, estava em acertar no quadrado certo.
Não desisti perante tamanha adversidade e o meu entusiasmo redobrou… aliás, triplicou, quando que me foi comunicada a existência dessa maravilha que dava pelo nome de tripla, garantia de resultado certo, e que me fez sentir o menino mais felizardo do mundo, acabado de descobrir o grande segredo do totobola.
Colocando cuidadosamente 3 cruzes em cada jogo, excepto no do Benfica, claro, fui acumulando trezes em semanas consecutivas.
Curiosamente, a minha mesada mantinha-se inalterada. Nada que me fizesse abater, contudo. Comuniquei tal facto aos responsáveis pela minha contabilidade e foi então que acordei para a realidade: para ser declarado vencedor do totobola, tinha que haver um registo do boletim numa casa especializada. Mais. Foi-me imposto um limite para o número de duplas! E quanto a triplas, nem pensar!
Naquele momento senti que havia declaradamente um movimento organizado que me impedia de acumular ganhos no totobola. Mesmo assim fui à luta. Na semana que se seguiu, deixei o boletim em branco e aguardei serenamente pelo final dos respectivos jogos, levando à letra o famoso lema de João Pinto, “prognósticos só no final”.
Fiz um onze.
Na 2ª feira seguinte, assim que a entidade responsável chegou a casa, fiz-lhe chegar o boletim, para registo imediato. Em troca, recebi um sorriso e um exemplar do Jornal 1X2.
(continua amanhã)
1 Comments:
Andas a precisar de férias.Nessa altura eras adepto incondicional do FCP.
commented by Anónimo, 5/03/2007 6:12 da tarde