Com i e sem i
quarta-feira, maio 20, 2009
A tabela diz respeito às vendas dos jornais diários da passada semana. Um pouco abaixo podem ver-se as médias diárias das 4 semanas anteriores ao lançamento do i.
É demasiado cedo para se ver algum impacto com a chegada do novo jornal e provavelmente tal nunca se verificará. Como previsto, o i não (me) roubou clientes regulares do Público nem do DN. Estes "torceram o nariz" ao novo diário. São, de facto, jornais bem diferentes, tanto no grafismo, como na abordagem ou nos conteúdos.
Estranhei desde o início o facto do i não sair ao domingo. Penso que se percebe a minha estranheza...
É só um quiosque. Vale o que vale.
É demasiado cedo para se ver algum impacto com a chegada do novo jornal e provavelmente tal nunca se verificará. Como previsto, o i não (me) roubou clientes regulares do Público nem do DN. Estes "torceram o nariz" ao novo diário. São, de facto, jornais bem diferentes, tanto no grafismo, como na abordagem ou nos conteúdos.
Estranhei desde o início o facto do i não sair ao domingo. Penso que se percebe a minha estranheza...
É só um quiosque. Vale o que vale.
Aquela espécie de mesa (3)
segunda-feira, maio 18, 2009
Quem invadir o quiosque pelas traseiras – não são tão poucos como isso -, desprezando o cartaz que, se alguma vez tivesse sido impresso, diria algo como “proibida a entrada a estranhos e pombas”, dará de caras com a coisa que se vê na imagem acima. Quem está lá fora não nota, por enquanto, qualquer mudança, excepto a folha (6) disfarçada de registadora, que temporariamente substitui a estúpida da máquina que nesta altura se encontra em estado vegetativo (2).
Não foi fácil chegar a este ponto. Aquela espécie de mesa (3) chegou a estar dispensada do quiosque, dormindo ao relento durante quase uma semana, esperando que uma alma caridosa a adoptasse lá em casa. Ninguém o fez, felizmente. Durante o puzzle-quiosque que se desenrolou durante os últimos dias – tirar tudo para fora e montar as peças, mas agora com uma TV gigantesca como nova variável – foi repescada e brilhantemente adaptada ao seu novo posto. Reparem que a banca que termina em bico (7) permite à justa a inclusão do suporte da TV, centrado na vitrina, e logo depois a espécie de mesa, que brevemente irá acatar com a responsabilidade de suportar o sistema informático que o quiosque irá instalar.
Portanto, a todos aqueles que passaram pelo quiosque, fechado, e piscaram o olho à espécie de mesa, como que a prometer um surripianço, o meu muito obrigado pela não concretização da ideia. A espécie de mesa cabe ali que nem gingas.
Como se não bastasse esta feliz coincidência, outras duas mesas que faziam parte do puzzle conseguiram encaixar-se na perfeição, uma por cima da outra, se bem que à mais novinha houve a necessidade de lhe arrebentar com o tampo. Nem piou.
Os jornais ganharam um espaço novo (4) durante a parte da manhã, sendo promovidos à banca principal, por troca com as revistas (5). Os papéis invertem-se durante a tarde, quando deixa de fazer sentido promover a venda de diários.
O problema está em (1), mais propriamente no seu suporte. É um problema comum a muitos homens: a coisa não levanta mais do que aquilo. Não interessa nada que a TV esteja ao nível da zona mamária dos clientes, quando devia estar ao nível dos olhos. Um ligeiro pormenor que para já impede o lançamento da iniciativa.
Uma palavra final para o larápio. Como se pode ver pela imagem, o teu trabalho não vai ser fácil, pá. Depois de quebrado o vidro e anulado o alarme, tens que estar munido da ferramenta certa para retirar a TV do suporte (escusas de levar tudo, eu tentei passar o conjunto pela janela e não cabe). E isso leva tempo, que poderá vir a ser precioso para a tua fuga, isto se entretanto não levares uma pedrada do taxista de serviço.
A sério, aquilo foi baratinho, tendo em conta o trabalho que dá para a gamar.
i de Maio de 2009
quinta-feira, maio 07, 2009
23 de Setembro de 2008
Recebi um email dos senhores André Macedo e Miguel Pacheco. Procuravam cronistas para enquadrar num projecto jornalístico que estaria nas bancas em 2009, e desafiavam-me a escrever um artigo para apreciação. Agradeceram a disponibilidade e confidencialidade, ficando à espera de uma resposta.
Surpreso, aceitei o desafio.
Até hoje, continuo à espera de uma resposta.
7 de Maio de 2009
8.02
O projecto jornalístico chega às bancas.
Por razões pessoais, a primeira impressão – não a do jornal, mas sim das pessoas – é, evidentemente, negativa. Não pense o leitor que acuse algum toque de ressentimento. Sou maduro o suficiente para não o fazer.
Tenho aguardado com grande entusiasmo a chegada do i. Numa altura em que são evidentes as dificuldades que a imprensa escrita atravessa, tanto na redução – a conta-gotas, é certo – no número de leitores como, especialmente, na quebra das receitas de publicidade, é de um atrevimento empresarial fora de comum que se assiste ao lançamento de um novo jornal diário de referência. Merece o meu aplauso.
Nos tempos que correm, na imprensa escrita, há poucos caminhos possíveis a seguir. Tapam-se as despesas por um lado, com despedimentos colectivos, e destapa-se a vertente da qualidade, por outro. E é aqui que reside uma das vantagens do i. Em termos financeiros, a estrutura foi montada já com as novas variáveis em cima da mesa. Partir do zero, nestes termos, é um bom avanço.
8.45
O i estás nas bancas.
foto Alexandre Gamela
Por muito que se queira ser o pioneiro da crítica ao jornal, não seria honesto fazê-lo apenas com primeiro número nas mãos. A lógica diz-nos que o nº1 deverá ser a pior das edições. Os bons produtos sofrem altos e baixos, mas evoluem. Sempre. Como tal, o que se segue será apenas 20% da avaliação.
Como leitor agrada-me o grafismo da capa. Uma imagem forte – embora a impressão (?) tenha ficado pobre – aliada a um tema controverso, são um óptimo ponto de partida. Um grande destaque, na página principal, desperta sempre a atenção, e faz vender um jornal, mesmo a quem não o compre regularmente.
11.13
Confesso que esperava uma secção de opinião mais alargada, mas será algo a acompanhar nos próximos dias. O Radar cumpre a sua função de leitura light, embora seja algo confuso de acompanhar. Na secção Zoom residirá a jóia da coroa do jornal. É o ponto forte e uma lufada de ar fresco, onde artigos de fundo e reportagem cuidada fazem a diferença num jornal diário. A última secção – Mais – é um jornal de referência a fazer de gratuito. Também faz parte.
15.21
Esgotaram os 20 exemplares. Confesso que esperava mais procura. Embora o cliente tipo do quiosque não se enquadre propriamente no público alvo do jornal, a curiosidade costuma vender mais. Em termos promocionais terá havido uma contenção de custos, se compararmos, por exemplo, com o lançamento do semanário Sol em 2006.
Comprei um exemplar, o meu pai comprou outro (embora ainda não saiba). Outro atravessa amanhã o Atlântico, a caminho dos escritórios de @mattmansfield, presidente da Society for News Design, que lhe prometeu “algo” para o encontro de 16 de Maio em Chicago. 4€ que me custou a brincadeira…
18.02
O i não deslumbrou na estreia. As expectativas eram, e continuam a ser, altas. É um jornal diferente, com estilo, que não vai roubar clientes a lado nenhum, mas que pode conquistar um novo espaço.
É novo. É bom. Gosto.
Faltam 80%.
(Crítica à versão online, aqui.)
Recebi um email dos senhores André Macedo e Miguel Pacheco. Procuravam cronistas para enquadrar num projecto jornalístico que estaria nas bancas em 2009, e desafiavam-me a escrever um artigo para apreciação. Agradeceram a disponibilidade e confidencialidade, ficando à espera de uma resposta.
Surpreso, aceitei o desafio.
Até hoje, continuo à espera de uma resposta.
7 de Maio de 2009
8.02
O projecto jornalístico chega às bancas.
Por razões pessoais, a primeira impressão – não a do jornal, mas sim das pessoas – é, evidentemente, negativa. Não pense o leitor que acuse algum toque de ressentimento. Sou maduro o suficiente para não o fazer.
Tenho aguardado com grande entusiasmo a chegada do i. Numa altura em que são evidentes as dificuldades que a imprensa escrita atravessa, tanto na redução – a conta-gotas, é certo – no número de leitores como, especialmente, na quebra das receitas de publicidade, é de um atrevimento empresarial fora de comum que se assiste ao lançamento de um novo jornal diário de referência. Merece o meu aplauso.
Nos tempos que correm, na imprensa escrita, há poucos caminhos possíveis a seguir. Tapam-se as despesas por um lado, com despedimentos colectivos, e destapa-se a vertente da qualidade, por outro. E é aqui que reside uma das vantagens do i. Em termos financeiros, a estrutura foi montada já com as novas variáveis em cima da mesa. Partir do zero, nestes termos, é um bom avanço.
8.45
O i estás nas bancas.
foto Alexandre Gamela
Por muito que se queira ser o pioneiro da crítica ao jornal, não seria honesto fazê-lo apenas com primeiro número nas mãos. A lógica diz-nos que o nº1 deverá ser a pior das edições. Os bons produtos sofrem altos e baixos, mas evoluem. Sempre. Como tal, o que se segue será apenas 20% da avaliação.
Como leitor agrada-me o grafismo da capa. Uma imagem forte – embora a impressão (?) tenha ficado pobre – aliada a um tema controverso, são um óptimo ponto de partida. Um grande destaque, na página principal, desperta sempre a atenção, e faz vender um jornal, mesmo a quem não o compre regularmente.
11.13
Confesso que esperava uma secção de opinião mais alargada, mas será algo a acompanhar nos próximos dias. O Radar cumpre a sua função de leitura light, embora seja algo confuso de acompanhar. Na secção Zoom residirá a jóia da coroa do jornal. É o ponto forte e uma lufada de ar fresco, onde artigos de fundo e reportagem cuidada fazem a diferença num jornal diário. A última secção – Mais – é um jornal de referência a fazer de gratuito. Também faz parte.
15.21
Esgotaram os 20 exemplares. Confesso que esperava mais procura. Embora o cliente tipo do quiosque não se enquadre propriamente no público alvo do jornal, a curiosidade costuma vender mais. Em termos promocionais terá havido uma contenção de custos, se compararmos, por exemplo, com o lançamento do semanário Sol em 2006.
Comprei um exemplar, o meu pai comprou outro (embora ainda não saiba). Outro atravessa amanhã o Atlântico, a caminho dos escritórios de @mattmansfield, presidente da Society for News Design, que lhe prometeu “algo” para o encontro de 16 de Maio em Chicago. 4€ que me custou a brincadeira…
18.02
O i não deslumbrou na estreia. As expectativas eram, e continuam a ser, altas. É um jornal diferente, com estilo, que não vai roubar clientes a lado nenhum, mas que pode conquistar um novo espaço.
É novo. É bom. Gosto.
Faltam 80%.
(Crítica à versão online, aqui.)
i #1
que figurinha
Quando herdei o quiosque – e atenção que se calhar aquele herdei devia estar em itálico e não está, porque na verdade o herdei aqui significa adquiri a empresa que tinha na sua posse um imóvel em forma de quiosque (tenho caderneta predial para confirmar) -, portanto dizia eu… quando herdei o quiosque, herdei também um PC que a minha sogra habilmente surripiou, um Citroen BX que penso já não existir e todo o recheio do tal imóvel de 6 metros quadrados. Deste recheio, até ao mês passado, fazia parte uma figurinha da Nossa Senhora que a anterior proprietária tanto admirava. Nutria tal afecto pela dita que no dia de zarpar de vez do quiosque se esqueceu dela, por cima da espécie de quadro eléctrico que se encontra à direita de quem entra.
Ora, apesar de não ser crente, respeito muito todo o enredo. Digamos que estarei ali no limite da superstição, confesso. E assim mantive a figurinha durante estes quase 4 anos que levo de quiosque. Só uma vez lhe toquei, quando um camião com a mania das grandezas a derrubou pela turbulência gerada.
Até que um dia a malta da EDP veio cá resolver um problema e o homem da frente nem pestanejou ao afastar a miúda da fuselagem.
Senti que nesse momento se quebrava ali uma ligação, tímida, algo indiferente, mas de respeito mútuo – nem eu me incomodava com a sua presença nem ela manifestava por aí além o seu suposto poder de protecção.
A partir desse dia começou a rodar pelo quiosque, enquanto eu sentia alguma irritação sobre o espaço que ocupava. Até que me cansei e despachei o assunto – a figurinha foi convidada a abandonar as instalações.
Que posso eu dizer? A fotocopiadora avariou-se entretanto. E no mesmo dia em que recuperou a forma – hoje – a registadora foi parar ao posto médico.
É oficial. Atravesso uma fase em que temo tudo e todos.
Ora, apesar de não ser crente, respeito muito todo o enredo. Digamos que estarei ali no limite da superstição, confesso. E assim mantive a figurinha durante estes quase 4 anos que levo de quiosque. Só uma vez lhe toquei, quando um camião com a mania das grandezas a derrubou pela turbulência gerada.
Até que um dia a malta da EDP veio cá resolver um problema e o homem da frente nem pestanejou ao afastar a miúda da fuselagem.
Senti que nesse momento se quebrava ali uma ligação, tímida, algo indiferente, mas de respeito mútuo – nem eu me incomodava com a sua presença nem ela manifestava por aí além o seu suposto poder de protecção.
A partir desse dia começou a rodar pelo quiosque, enquanto eu sentia alguma irritação sobre o espaço que ocupava. Até que me cansei e despachei o assunto – a figurinha foi convidada a abandonar as instalações.
Que posso eu dizer? A fotocopiadora avariou-se entretanto. E no mesmo dia em que recuperou a forma – hoje – a registadora foi parar ao posto médico.
É oficial. Atravesso uma fase em que temo tudo e todos.
E o projecto numero i...
segunda-feira, maio 04, 2009
Falhou.
A ideia de criar uma rede de quiosques que colaborassem em conjunto para colocar diariamente online a informação que a APCT demora meses a disponiblizar, não passou disso mesmo, de uma ideia.
Infelizmente para muitos, felizmente para quem me mandou o email "pode ser que te fodas com essa merda...", apenas este e mais 2 quiosques concordaram em colaborar na iniciativa. Nem o esforço feito no blog nem a óptima divulgação conseguida pelos amigos do Twitter - a quem agradeço - resultou na recolha de mais colaboradores. Nem mesmo uma desesperada tentativa que me fez telefonar para uma dezena de quiosques teve os efeitos desejados. Mandaram-me todos simpaticamente dar uma volta.
Agradeço a quem incentivou a iniciativa, assim como aos 2 quiosques que se juntaram à iniciativa:
Quiosque Bonfim e Kioske Benfica.
Assumo as responsabilidades neste falhanço mas não me demito :)
A ideia de criar uma rede de quiosques que colaborassem em conjunto para colocar diariamente online a informação que a APCT demora meses a disponiblizar, não passou disso mesmo, de uma ideia.
Infelizmente para muitos, felizmente para quem me mandou o email "pode ser que te fodas com essa merda...", apenas este e mais 2 quiosques concordaram em colaborar na iniciativa. Nem o esforço feito no blog nem a óptima divulgação conseguida pelos amigos do Twitter - a quem agradeço - resultou na recolha de mais colaboradores. Nem mesmo uma desesperada tentativa que me fez telefonar para uma dezena de quiosques teve os efeitos desejados. Mandaram-me todos simpaticamente dar uma volta.
Agradeço a quem incentivou a iniciativa, assim como aos 2 quiosques que se juntaram à iniciativa:
Quiosque Bonfim e Kioske Benfica.
Assumo as responsabilidades neste falhanço mas não me demito :)