Fixação na ficção
terça-feira, dezembro 05, 2006
Que dia é hoje? É dia de actualizar os números.
Reparem na coluna "REV". Não engana. Chega-se ao início do mês e disparam as vendas de revistas. Se fosse sempre assim...
O saldo:
O que está a acontecer
Entrámos na última das 4 semanas de recolha de dados sobre as vendas. A partir da próxima 2ª feira irei compilar todos os resultados e provavelmente o estudo obrigará a criar um site, tal a quantidade de informação a analisar. A acompanhar com atenção, porque há coisas que só se fazem uma vez na vida.
Continuamos sem telefone, fax e payshop. Como não estou a pagar o aluguer da linha directamente à PT, o processo de restauração da linha teve que ser requerido à Tele2, que por sua vez o reencaminha para a PT. Perante a minha insistência na resolução do problema, predomina a resposta habitual "não depende de nós". Simplex e esperex.
A partir de 5ª feira, o quiosque passa a plastificar documentos.
O quiosque vai ter um novo serviço de vendas. A surpresa será anunciada em 1ª mão, aqui, brevemente.
Ficção hoje. Realidade amanhã?
Dia de chuva, intensa. Com o vento a ajudar à festa, sobra todo o tempo do mundo no quiosque.
Ao passar a vista por tudo o que era jornal, dou por mim a desfolhar o diário do distrito. Só me interessam as páginas da minha cidade. Duas páginas. Coloco-me momentaneamente no papel do comprador... Se o jornal custar 1€ e apenas me interessam duas das suas vinte páginas, não faz sentido dar 1€ pelo jornal. Tento avaliar o preço das duas páginas, continuando a assumir o papel de comprador. Não me é possível saber quais as notícias que ocupam as duas páginas que me interessam, pelo que não consigo avaliar correctamente quanto estaria disposto a oferecer por elas. Mesmo assim, às cegas, não me importaria de dar 10 cêntimos para ler essas duas páginas.
Este problema é diversas vezes colocado por vários clientes do quiosque. Há dias, depois de comprar um desportivo, um cliente queixa-se à minha frente, ao mesmo tempo que vai virando as páginas do jornal: “Lixo, lixo, lixo, lixo, lixo... ah cá está o que me interessa..., lixo, lixo, lixo...”.
A informação útil de um jornal para um cliente tipo deverá rondar os 30%, da mesma forma que para mim as jantes de liga leve ou os estofos de cabedal são supérfluos num automóvel. A diferença é que na compra do automóvel, eu posso dispensar o que não me seduz. Num jornal, tal não é possível.
Para solucionar o problema tive que fazer uma viagem no tempo.
5 de Dezembro de 2026
Morreu ontem o último jornal impresso português. Na mensagem de despedida aos seus leitores podia ler-se “Não resistimos à onda. A partir de amanhã estaremos presentes apenas em www.pay-per-read.pt”. O Pay Per Read é um portal online lançado há pouco mais de 5 anos e que apressou o fim dos jornais impressos em Portugal. Em www.pay-per-read.pt podemos encontrar notícias, reportagens, crónicas ou artigos de opinião, dos mais diversos autores, desde o mais consagrado analista político ao mais jovem jornalista recém licenciado. Os utilizadores pagam os artigos que mais lhes interessam através de um sistema de cartão virtual recarregável.
Ficção hoje. Realidade amanhã?
p.s. - Duplos parabéns primarroquino! Um deles com atraso de 4 dias... ;)
Reparem na coluna "REV". Não engana. Chega-se ao início do mês e disparam as vendas de revistas. Se fosse sempre assim...
O saldo:
O que está a acontecer
Entrámos na última das 4 semanas de recolha de dados sobre as vendas. A partir da próxima 2ª feira irei compilar todos os resultados e provavelmente o estudo obrigará a criar um site, tal a quantidade de informação a analisar. A acompanhar com atenção, porque há coisas que só se fazem uma vez na vida.
Continuamos sem telefone, fax e payshop. Como não estou a pagar o aluguer da linha directamente à PT, o processo de restauração da linha teve que ser requerido à Tele2, que por sua vez o reencaminha para a PT. Perante a minha insistência na resolução do problema, predomina a resposta habitual "não depende de nós". Simplex e esperex.
A partir de 5ª feira, o quiosque passa a plastificar documentos.
O quiosque vai ter um novo serviço de vendas. A surpresa será anunciada em 1ª mão, aqui, brevemente.
Ficção hoje. Realidade amanhã?
Dia de chuva, intensa. Com o vento a ajudar à festa, sobra todo o tempo do mundo no quiosque.
Ao passar a vista por tudo o que era jornal, dou por mim a desfolhar o diário do distrito. Só me interessam as páginas da minha cidade. Duas páginas. Coloco-me momentaneamente no papel do comprador... Se o jornal custar 1€ e apenas me interessam duas das suas vinte páginas, não faz sentido dar 1€ pelo jornal. Tento avaliar o preço das duas páginas, continuando a assumir o papel de comprador. Não me é possível saber quais as notícias que ocupam as duas páginas que me interessam, pelo que não consigo avaliar correctamente quanto estaria disposto a oferecer por elas. Mesmo assim, às cegas, não me importaria de dar 10 cêntimos para ler essas duas páginas.
Este problema é diversas vezes colocado por vários clientes do quiosque. Há dias, depois de comprar um desportivo, um cliente queixa-se à minha frente, ao mesmo tempo que vai virando as páginas do jornal: “Lixo, lixo, lixo, lixo, lixo... ah cá está o que me interessa..., lixo, lixo, lixo...”.
A informação útil de um jornal para um cliente tipo deverá rondar os 30%, da mesma forma que para mim as jantes de liga leve ou os estofos de cabedal são supérfluos num automóvel. A diferença é que na compra do automóvel, eu posso dispensar o que não me seduz. Num jornal, tal não é possível.
Para solucionar o problema tive que fazer uma viagem no tempo.
5 de Dezembro de 2026
Morreu ontem o último jornal impresso português. Na mensagem de despedida aos seus leitores podia ler-se “Não resistimos à onda. A partir de amanhã estaremos presentes apenas em www.pay-per-read.pt”. O Pay Per Read é um portal online lançado há pouco mais de 5 anos e que apressou o fim dos jornais impressos em Portugal. Em www.pay-per-read.pt podemos encontrar notícias, reportagens, crónicas ou artigos de opinião, dos mais diversos autores, desde o mais consagrado analista político ao mais jovem jornalista recém licenciado. Os utilizadores pagam os artigos que mais lhes interessam através de um sistema de cartão virtual recarregável.
Ficção hoje. Realidade amanhã?
p.s. - Duplos parabéns primarroquino! Um deles com atraso de 4 dias... ;)
9 Comments:
essa ideia do pay per read parece-nos talvez um misto de engraçada e absurda, mas é sem dúvida um triste futuro dos nossos jornais...
commented by Anónimo, 12/05/2006 10:10 da tarde
Gosto imenso do seu blogue. Páro aqui muitas vezes e ironicamente "descobri-o" num site de desporto.
Tenho um pedido: para quando um ranking de vendas das publicações de ciência no seu quiosque? Ocorrem-me a National Geographic, a Super Interessante, não sei se ainda existe a Quo...
Tenho um pedido: para quando um ranking de vendas das publicações de ciência no seu quiosque? Ocorrem-me a National Geographic, a Super Interessante, não sei se ainda existe a Quo...
commented by 12/07/2006 9:24 da tarde
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De facto, o "pay per read" pode ser uma das evoluções possíveis da imprensa e de toda a comunicação social. No entanto, tem efeitos perversos imensos, fechando o hipotético leitor no seu "pequeno mundo"- cada um SÓ lê aquilo com que se identifica, evitando o risco de por em causa as "suas verdades". previsão terrivel, sem dúvida.
commented by 12/09/2006 6:06 da tarde
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Por site de desporto.
A todos um bom Naval, que seja um bom Naval para todos vós.
E para o amigo ardinario galinha em especial.
A todos um bom Naval, que seja um bom Naval para todos vós.
E para o amigo ardinario galinha em especial.
commented by 12/10/2006 11:37 da tarde
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Zorro e 33, nem de propósito: Capítulo 1 do livro "Capitalismo Karaoke" que saíu com o Publico no dia 6/12 - Intermináveis Solos
Cientista, para já não o vou fazer, devido à promoção da National Geographic, que ainda está a 1€.
Ardinário, passo por cá praticamente todos os dias ( podes verificar). e vejo que ultimamente, talvez devido á época tens postado menos vezes. Espero que seja por excesso de trabalho, e não por desmotivação. Criaste um Blog extraordinário. Por favor não o deixes morrer já.
PS: Agora não te vejo a falar de lagartos. Pois é...Pois é...
PS: Agora não te vejo a falar de lagartos. Pois é...Pois é...
commented by 12/16/2006 10:59 da manhã
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Continuo à espera que esclareças quem são o "Asco" e o "Chupista".
Asco e Chupista são as distribuidoras das publicações no quiosque. Brevemente falarei sobre elas.