Coisas que um gajo aprende nas estatísticas deste blog
terça-feira, setembro 30, 2008
Fiquei hoje a saber que existe um Instituto Da Habitacao e Reabilitação Urbana.
Ao indivíduo do referido instituto que hoje pelas 15 e 41 visitou este blog: se eu durante a noite, sem fazer muito barulho, construir um anexo para arrumações diversas, vou dar trabalho ao Instituto? Ou Reabilitação Urbana é isto mesmo?
Obrigado e parabéns por ter aguentado no seu posto de trabalho até às 15 e 41.
Ao indivíduo do referido instituto que hoje pelas 15 e 41 visitou este blog: se eu durante a noite, sem fazer muito barulho, construir um anexo para arrumações diversas, vou dar trabalho ao Instituto? Ou Reabilitação Urbana é isto mesmo?
Obrigado e parabéns por ter aguentado no seu posto de trabalho até às 15 e 41.
Estudo oficial
É possível definir o perfil médio dos indivíduos que fumam Marlboro? É possível encontrar um padrão que se adeque aos fumadores de SG Ventil? É possível que um agarrado ao LM Lights sofra de um determinado desvio da personalidade que o distinga perfeitamente de um fumador de Camel? Ou seja, alguém me diz que se um gajo, lá porque fuma Marlboro, tem boas hipóteses de sacar mais de 5000€/mês, ou se fuma Kentucky, vive da Segurança Social para matar o vício? Não, ninguém me consegue dizer isto, pelo menos com um ar sério.
O mendigo da rua da republica, aquele que parece que ficou eternamente à espera do segundo álbum dos Sex Pistols… esse gajo, por exemplo, fuma e compra Marlboro. Já o futuro ex-agarrado que me ajuda a tirar os volumes das caixas, que é uma ajuda que vocês nem imaginam principalmente naqueles dias em que chego ao quiosque com vários inchaços da cintura para baixo… esse gajo fuma Chesterfield Lights, porque lhos vendo a 10 paus. O Mário Silva não fuma. O professor doutor fuma Tabaqueira. O ex-professor doutor que sacou do bigode depois de uma vitoriazita do seu clube no fim-de-semana, que suponho que já estivesse mesmo farto do bigode porque ele ultimamente não fazia mais nada senão prometer às filhas sacar do bigode assim que o seu clube começasse a ganhar jogos… esse ex-professor doutor não fuma, nunca fumou, mas se fumasse fumava Águia.
Portanto, para responder de vez à pergunta “É possível definir o perfil médio dos fulanos que fumam Marlboro ou outra merda qualquer?”, a minha resposta – e que ninguém se atreva a contrariar – é não, não é.
E agora vou ficar o resto da tarde a olhar para o monitor, enquanto faço refreshs de 5 em 5 minutos ao Rochemback.
O mendigo da rua da republica, aquele que parece que ficou eternamente à espera do segundo álbum dos Sex Pistols… esse gajo, por exemplo, fuma e compra Marlboro. Já o futuro ex-agarrado que me ajuda a tirar os volumes das caixas, que é uma ajuda que vocês nem imaginam principalmente naqueles dias em que chego ao quiosque com vários inchaços da cintura para baixo… esse gajo fuma Chesterfield Lights, porque lhos vendo a 10 paus. O Mário Silva não fuma. O professor doutor fuma Tabaqueira. O ex-professor doutor que sacou do bigode depois de uma vitoriazita do seu clube no fim-de-semana, que suponho que já estivesse mesmo farto do bigode porque ele ultimamente não fazia mais nada senão prometer às filhas sacar do bigode assim que o seu clube começasse a ganhar jogos… esse ex-professor doutor não fuma, nunca fumou, mas se fumasse fumava Águia.
Portanto, para responder de vez à pergunta “É possível definir o perfil médio dos fulanos que fumam Marlboro ou outra merda qualquer?”, a minha resposta – e que ninguém se atreva a contrariar – é não, não é.
E agora vou ficar o resto da tarde a olhar para o monitor, enquanto faço refreshs de 5 em 5 minutos ao Rochemback.
44.444
quinta-feira, setembro 25, 2008
44.444 ( quarenta e quatro mil, quatrocentos e quarenta e quatro) é o número de Records que o quiosque precisaria de vender (com 15% de lucro) para fazer face à dívida do - e vamos chamar as coisas pelo nome que elas realmente têm - Município da Figueira da Foz. Coisa pouca.
Este mesmo município, em Fevereiro de 2008, cobrou ao quiosque perto de 300 euros pela taxa de ocupação de espaço público relativamente ao ano de... 2008! Com a seguinte imposição: ou pagas até ao último dia de Fevereiro ou a partir de Março passas a inchar 450 euros!
Desta forma, está em causa, a curto prazo, o posto de trabalho do funcionário deste quiosque, que o salário do gestor, esse já não sai há 3 meses.
Irei continuar a honrar os compromissos assumidos no contrato assinado com o município e com os fornecedores, e a lutar pela sobrevivência do quiosque enquanto me for legal e humanamente possível.
Este mesmo município, em Fevereiro de 2008, cobrou ao quiosque perto de 300 euros pela taxa de ocupação de espaço público relativamente ao ano de... 2008! Com a seguinte imposição: ou pagas até ao último dia de Fevereiro ou a partir de Março passas a inchar 450 euros!
Desta forma, está em causa, a curto prazo, o posto de trabalho do funcionário deste quiosque, que o salário do gestor, esse já não sai há 3 meses.
Irei continuar a honrar os compromissos assumidos no contrato assinado com o município e com os fornecedores, e a lutar pela sobrevivência do quiosque enquanto me for legal e humanamente possível.
aluga-se ou arrenda-se, agora estou na dúvida
quarta-feira, setembro 24, 2008
Há mapas de sobras que um gajo olha para eles e dá vontade de colocar um cartaz lá fora a dizer "aluga-se este espaço de 4ª a 6ª feira".
Perdeu-se uma grande manchete
segunda-feira, setembro 22, 2008
Sad but true
- Quanto custa este dvd?
- É oferta com o Sol.
- Com o Sol? O que é isso??
- É um jornal.
- Ah... Quer dizer que tenho que comprar o jornal para levar o dvd?
- Exacto.
- Deixe-me ver o jornal.
- (...)
- Ah... não, não levo... Olhe, levo só o dvd, pode ficar com o jornal. Quanto é?
- 2,50€
- É oferta com o Sol.
- Com o Sol? O que é isso??
- É um jornal.
- Ah... Quer dizer que tenho que comprar o jornal para levar o dvd?
- Exacto.
- Deixe-me ver o jornal.
- (...)
- Ah... não, não levo... Olhe, levo só o dvd, pode ficar com o jornal. Quanto é?
- 2,50€
A escolinha é muito linda, é sim
sexta-feira, setembro 19, 2008
Arredem-se os leitores mais sensíveis à degradação humana, por favor.
Vómitos, febre, diarreia, mal-estar geral. À excepção do primeiro, foram estes os sintomas que herdei da herdeira. Primeiro eu, e agora o herdeiro, que ainda está na fase 1, coitado. Nesta altura do campeonato, só sobra a mãe e a tartaruga, se bem que o réptil hoje nem ao banho foi, pelo que antevejo a sua primeira noite de sofrimento. Se a coisa se alastra à mãe quero saber quem me faz a canja amanhã.
Foi uma noite bem movimentada, em que o grande factor de interesse esteve na procura de um lugar limpo e arejado onde a M. não tivesse despejado o almoço, ao mesmo tempo que tentava atenuar a minha própria fragilidade. Isto significa que dividi a noite entre o quarto, a sala e a casa de banho, sempre com a manta e o vírus às costas. Na fase de delírio ponderei passar o resto da noite na cozinha, ao lado da tartaruga, embrulhado na manta. Ou mudar-me para uma pensão. Acabei por não o fazer, o que não significa que não tenha passado a noite em branco.
É nestas alturas que um despertador perde toda a razão da sua existência. Acordar um gajo que já está acordado? Pfffff… isso também eu faço e não preciso de pilhas.
A abertura no quiosque antevia-se lastimável. De repente, todos me pareciam antipáticos e malvindos. Contei todos os minutos até à chegada do salvador. Ainda fiz as entregas. E as compras matinais. No pingo doce e na farmácia. Cheguei a casa e encontrei uma cama limpa, uma verdadeira raridade nas últimas 12 horas. Amochei e só acordei na hora de voltar ao quiosque.
De repente, os sintomas estavam no red line. Passar uma hora no quiosque nestas miseráveis condições, sem o mínimo de apoio técnico-sanitário, não é grande programa. Era como jogar na roleta. Pode ser que tenha que abandonar o tasco, atravessar a estrada, invadir o café vizinho, fazer o percurso inverso e admirar uma casa vazia. Ou pode ser que não.
Porra, fui um herói!
Vómitos, febre, diarreia, mal-estar geral. À excepção do primeiro, foram estes os sintomas que herdei da herdeira. Primeiro eu, e agora o herdeiro, que ainda está na fase 1, coitado. Nesta altura do campeonato, só sobra a mãe e a tartaruga, se bem que o réptil hoje nem ao banho foi, pelo que antevejo a sua primeira noite de sofrimento. Se a coisa se alastra à mãe quero saber quem me faz a canja amanhã.
Foi uma noite bem movimentada, em que o grande factor de interesse esteve na procura de um lugar limpo e arejado onde a M. não tivesse despejado o almoço, ao mesmo tempo que tentava atenuar a minha própria fragilidade. Isto significa que dividi a noite entre o quarto, a sala e a casa de banho, sempre com a manta e o vírus às costas. Na fase de delírio ponderei passar o resto da noite na cozinha, ao lado da tartaruga, embrulhado na manta. Ou mudar-me para uma pensão. Acabei por não o fazer, o que não significa que não tenha passado a noite em branco.
É nestas alturas que um despertador perde toda a razão da sua existência. Acordar um gajo que já está acordado? Pfffff… isso também eu faço e não preciso de pilhas.
A abertura no quiosque antevia-se lastimável. De repente, todos me pareciam antipáticos e malvindos. Contei todos os minutos até à chegada do salvador. Ainda fiz as entregas. E as compras matinais. No pingo doce e na farmácia. Cheguei a casa e encontrei uma cama limpa, uma verdadeira raridade nas últimas 12 horas. Amochei e só acordei na hora de voltar ao quiosque.
De repente, os sintomas estavam no red line. Passar uma hora no quiosque nestas miseráveis condições, sem o mínimo de apoio técnico-sanitário, não é grande programa. Era como jogar na roleta. Pode ser que tenha que abandonar o tasco, atravessar a estrada, invadir o café vizinho, fazer o percurso inverso e admirar uma casa vazia. Ou pode ser que não.
Porra, fui um herói!
A crise financeira vista do quiosque
quarta-feira, setembro 17, 2008
O quiosque está rodeado de 3 bancos. O Barclays compra o Diário Económico. O BES leva o Record. O BCP… um SG Lights.
Podia dar um texto enorme, mas fico-me por aqui
Todo o santo dia incomodo a massa cinzenta em busca de algo que faça do quiosque muito mais do que um simples local onde se compra o jornal.
Asco até quando?
A Asco lançou ontem um novo serviço para os seus clientes - sim, embora não precise de fazer nada para isso e os roube descaradamente, a Asco tem clientes. Trata-se de um sistema online onde é possível fazer pedidos de 2ªs vias, de alteração de quotas e de produtos suplementares.
É óptimo. Gosto. Tá porreiro. Dá jeito. Ajuda. Complementa. A eles também.
Mas falha ao ignorar as funcionalidades mais apropriadas a este tipo de negócio:"Correcção de remessas" e "Correcção de facturas". Até lá continuam a ser Asco.
É óptimo. Gosto. Tá porreiro. Dá jeito. Ajuda. Complementa. A eles também.
Mas falha ao ignorar as funcionalidades mais apropriadas a este tipo de negócio:"Correcção de remessas" e "Correcção de facturas". Até lá continuam a ser Asco.
Um motivo para celebrar
terça-feira, setembro 16, 2008
O ano passado, mais ou menos por esta altura, saiu para as bancas (adoro esta expressão) o coleccionável da Heidi. Na verdade, o coleccionável juntava a Heidi e o Marco no mesmo pacote, em episódios paralelos. Não sei bem como dizer isto, e pressinto que vai sair daqui uma revelação capaz de arruinar o meu bom nome, mas eu até aos 5 anos… ora bem… (vai, não vai, vai, não vai… que se lixe… vai!)… eu até aos 5 anos angariei duas paixões. Uma, pela menina que cantou o “Eu vi um sapo” no Festival dos Pequenos Cantores. Outra pela Heidi. Hoje, olhando para uma e outra, penso que fiz bem em esquecê-las, mesmo que por razões diferentes. Adiante, antes que comece para aqui a falar da Anita.
O senhor Agostini, lá no seu planeta, fez uma grande asneira ao juntar o Marco e a Heidi no mesmo coleccionável, e na minha opinião o fracasso desta colecção começa justamente aqui. A Heidi era a alegria em pessoa, sempre aos saltos por aqueles campos verdejantes repletos de papoilas (há papoilas nos Alpes?), a quem nem um espinho cravado no rabo – episódio 22 - lhe roubava aquele espírito entusiasta. O Marco era um puto chorão traumatizado com a partida da mãe para a Argentina. Juntar estas duas personagens no mesmo saco é como vender o Quaresma ao Inter e incluir o Lino no pacote. Nem o fã da Heidi aguenta aturar as birras do Marco mais que 5 episódios nem o Mourinho seria capaz de transformar o Lino no sucessor de Roberto Carlos na selecção brasileira.
Esta semana a colecção regressou às bancas, precisamente no mesmo formato Heidi + Marco. Se isto não é a confirmação oficial que os dois se andam a comer, então vou deixar de ler a Nova Gente. Mas o importante é que o leitor tem aqui uma nova oportunidade de assistir ao mítico episódio nº4 do Marco, que sai mais ou menos dentro de duas semanas.
Pausa. Em vou ali à estante confirmar se é mesmo o episódio nº4. Trata-se de uma operação delicada, que eu tenho a mãe dos meus filhos a dormir aqui ao lado, e se ela resolve acordar eu não vou ter muita paciência para explicar o que faço a esta hora da noite junto aos dvds dos miúdos.
Já está. Continua tudo a dormir. Ainda bem que fui confirmar porque afinal é o episódio nº3 e acabei também por dar de caras com o dvd de Pavement que andava desaparecido há meses.
Permitam-me então situar-vos na história do Marco. O Marco tem 9 anos e no episódio 1 a mãe dá de frosques para a Argentina, com o pretexto de um emprego melhor. Tretas. Deixou o puto a chorar baba e ranho durante dias e com um trauma nos cornos do tamanho do barco com que zarpou para o país das pampas. Agora topem bem o atrofio do miúdo: no 2º episódio arma-se em herói e vai procurar trabalho de modo a juntar dinheiro para ir ter com a mãe à Argentina, que por esta altura já deve andar em grandes desvairos com a malta amiga do Maradona.
Chega então o grande, o enorme episódio nº3 – “Um motivo para celebrar”. Pois bem, o que é certo é que o miúdo arranjou um emprego - já disse que ele tinha 9 anos, certo? – e depois de uns dias a acartar merdas de um lado para o outro, recebe o primeiro salário. Reparem. Temos aqui um puto de 9 anos que com a conivência do pai arranja um trabalho a transportar material pesado e é pago por isso. Não contente, pega na massa e em vez de estoirar tudo em cromos do Dartacão ou em pastilhas Gorila, compra uma garrafa do vinho preferido do pai. Chegado a casa, dá as boas novas e a respectiva vinhaça ao progenitor, que exulta de alegria pelo gesto do filho. O pai abre a garrafa, serve-se e – espanto dos espantos – começa a encher o copo do Marco. Nesta altura eu e a mãe já não desgrudamos da televisão, enquanto a M. pinta descontraidamente a parede da sala.
A esta hora da noite eu já não tenho coragem de ir verificar, mas sou capaz de jurar que foi o Marco que impediu o pai de encher o seu copo, ao exclamar algo como “para mim já chega”. Fazem o brinde e bebem alegremente.
Ainda fiquei com o episódio 4, mas não se passava nada de especial, e depois disso nunca mais recebi a colecção no quiosque. A mim ninguém me tira da cabeça que o puto fuma um charro antes do episódio 10.
O senhor Agostini, lá no seu planeta, fez uma grande asneira ao juntar o Marco e a Heidi no mesmo coleccionável, e na minha opinião o fracasso desta colecção começa justamente aqui. A Heidi era a alegria em pessoa, sempre aos saltos por aqueles campos verdejantes repletos de papoilas (há papoilas nos Alpes?), a quem nem um espinho cravado no rabo – episódio 22 - lhe roubava aquele espírito entusiasta. O Marco era um puto chorão traumatizado com a partida da mãe para a Argentina. Juntar estas duas personagens no mesmo saco é como vender o Quaresma ao Inter e incluir o Lino no pacote. Nem o fã da Heidi aguenta aturar as birras do Marco mais que 5 episódios nem o Mourinho seria capaz de transformar o Lino no sucessor de Roberto Carlos na selecção brasileira.
Esta semana a colecção regressou às bancas, precisamente no mesmo formato Heidi + Marco. Se isto não é a confirmação oficial que os dois se andam a comer, então vou deixar de ler a Nova Gente. Mas o importante é que o leitor tem aqui uma nova oportunidade de assistir ao mítico episódio nº4 do Marco, que sai mais ou menos dentro de duas semanas.
Pausa. Em vou ali à estante confirmar se é mesmo o episódio nº4. Trata-se de uma operação delicada, que eu tenho a mãe dos meus filhos a dormir aqui ao lado, e se ela resolve acordar eu não vou ter muita paciência para explicar o que faço a esta hora da noite junto aos dvds dos miúdos.
Já está. Continua tudo a dormir. Ainda bem que fui confirmar porque afinal é o episódio nº3 e acabei também por dar de caras com o dvd de Pavement que andava desaparecido há meses.
Permitam-me então situar-vos na história do Marco. O Marco tem 9 anos e no episódio 1 a mãe dá de frosques para a Argentina, com o pretexto de um emprego melhor. Tretas. Deixou o puto a chorar baba e ranho durante dias e com um trauma nos cornos do tamanho do barco com que zarpou para o país das pampas. Agora topem bem o atrofio do miúdo: no 2º episódio arma-se em herói e vai procurar trabalho de modo a juntar dinheiro para ir ter com a mãe à Argentina, que por esta altura já deve andar em grandes desvairos com a malta amiga do Maradona.
Chega então o grande, o enorme episódio nº3 – “Um motivo para celebrar”. Pois bem, o que é certo é que o miúdo arranjou um emprego - já disse que ele tinha 9 anos, certo? – e depois de uns dias a acartar merdas de um lado para o outro, recebe o primeiro salário. Reparem. Temos aqui um puto de 9 anos que com a conivência do pai arranja um trabalho a transportar material pesado e é pago por isso. Não contente, pega na massa e em vez de estoirar tudo em cromos do Dartacão ou em pastilhas Gorila, compra uma garrafa do vinho preferido do pai. Chegado a casa, dá as boas novas e a respectiva vinhaça ao progenitor, que exulta de alegria pelo gesto do filho. O pai abre a garrafa, serve-se e – espanto dos espantos – começa a encher o copo do Marco. Nesta altura eu e a mãe já não desgrudamos da televisão, enquanto a M. pinta descontraidamente a parede da sala.
A esta hora da noite eu já não tenho coragem de ir verificar, mas sou capaz de jurar que foi o Marco que impediu o pai de encher o seu copo, ao exclamar algo como “para mim já chega”. Fazem o brinde e bebem alegremente.
Ainda fiquei com o episódio 4, mas não se passava nada de especial, e depois disso nunca mais recebi a colecção no quiosque. A mim ninguém me tira da cabeça que o puto fuma um charro antes do episódio 10.
Assim sendo vou desfragmentar o disco, que também é gente
sábado, setembro 13, 2008
Eu que não sou nada de programar eventos a grande distância, deu-me para preparar o serão de hoje com 15 dias de antecedência. Batia tudo certo: a folga de domingo, o apetite por um qualquer filme de qualidade – estou tão fora do mundo cinematográfico que assim de repente só me lembro do Forest Gump como filme galardoado com um Óscar -, e a “Cidade de Deus” que o Correio da Manhã oferecia durante o fim-de-semana.
O plano tinha um único defeito. O DVD é para oferecer amanhã, domingo, e o meu programa era para hoje, sábado: Cidade de Deus, pelas 22.30, na sala central, lugar 1, e provavelmente lugares 1 e 2 a partir da segunda metade do filme. Se a Asco falhasse a entrega do DVD, hoje de manhã, arruinava-me o programa à noite. Não falhou.
Falhei eu, que me esqueci do DVD no quiosque.
O plano tinha um único defeito. O DVD é para oferecer amanhã, domingo, e o meu programa era para hoje, sábado: Cidade de Deus, pelas 22.30, na sala central, lugar 1, e provavelmente lugares 1 e 2 a partir da segunda metade do filme. Se a Asco falhasse a entrega do DVD, hoje de manhã, arruinava-me o programa à noite. Não falhou.
Falhei eu, que me esqueci do DVD no quiosque.
Podre de boa
Dói Dói
quinta-feira, setembro 11, 2008
Não é fácil "abandonar" uma filha em lágrimas. 2º dia de escola, 2º tiro no coração. Talvez não seja de estranhar que esta manhã insista em usar o agrafador como leitor de código de barras.
Sim sim, toalhetes entram como despesa para o quiosque
terça-feira, setembro 09, 2008
Dez minutos apoiado em cima dos jornais foram suficientes para ficar com a palavra "O Jogo" tatuada na palma da mão. Podia ser pior, já que as trombas do João Moutinho estavam uns centímetros ao lado, mas não deixa de ser uma vergonha.
Felizmente tenho aqui toalhetes.
Felizmente tenho aqui toalhetes.
Eu quero
segunda-feira, setembro 08, 2008
Segundo noticias que leio, invariavelmente, na imprensa, todos os jornais vendem mais, embora na verdade vendam menos. E todos vendem mais quando oferecem coisas que os fazem valer menos. Mas ninguém quer saber disso.
Daqui.
Daqui.
O papel do online ou o papel no online, tanto faz, são dois títulos muito bons
Ao pequeno-almoço, um desportivo (qualquer). Ao almoço, o Público. Quando não há o mínimo tema no desportivo, substituo-o pelo Diário de Notícias. Esta será talvez a única rotina que ainda me dá algum gozo.
Hoje deu para o DN. Depois da distribuição matinal, só me restavam 10 minutos para o pequeno-almoço, manifestamente pouco quando o habitual são 20. Infinitamente escasso, quando há um DN no lugar da Bola.
Não sou bom a ler sob pressão. Lembro-me perfeitamente de devorar os Lusíadas na véspera do teste a português do 9ºC, e quinze dias depois perceber que os meus conhecimentos sobre a obra do senhor Luís se resumiam a um Satisfaz Pouco.
Assim sendo, tal como para os Lusíadas, segui a estratégia de fazer um zapping de 360 graus ao DN. Fui de tal forma eficiente que cheguei às últimas páginas em metade do tempo programado, o que me obrigou a ler este artigo, mas na versão impressa – Eleitas as 20 fotos falsas mais polémicas.
Começava assim:
"Quem não se lembra da foto do presidente norte-americano George W. Bush segurando um livro de cabeça para baixo, na visita a uma escola em 2002? A imagem correu mundo, via Internet, provocando o riso e o agrado dos opositores do Presidente republicano. Mas também, a dúvida de quem ainda hoje a observa. Será verdade? (Ver a resposta ao lado)"
E eu fui ver a resposta ao lado.
No entanto, a transposição do artigo da edição impressa do Diário de Notícias para a versão online – presumo que ainda seja esta a ordem em vigor – omite o que está entre parêntesis, “Ver a resposta ao lado”, além da própria resposta ao lado. O que deu azo a esta contundente crítica à jornalista Paula Brito:
“Não, não é. A jornalista é confrontada com uma asserção clara da falsificação fotográfica e agarra-se desesperadamente à mentira, indiferente ao atestado de imbecilidade que passa aos leitores que percebem a tentativa de manipulação. O poder do condicionamento ideológico continua a levar muitos a tentar virar não só o livro de Bush mas o mundo inteiro de pernas para o ar.”
Ou seja, andou um gajo a esgalhar um texto a escavacar na menina… para nada.
O online ainda tem muita a aprender com o papel.
Hoje deu para o DN. Depois da distribuição matinal, só me restavam 10 minutos para o pequeno-almoço, manifestamente pouco quando o habitual são 20. Infinitamente escasso, quando há um DN no lugar da Bola.
Não sou bom a ler sob pressão. Lembro-me perfeitamente de devorar os Lusíadas na véspera do teste a português do 9ºC, e quinze dias depois perceber que os meus conhecimentos sobre a obra do senhor Luís se resumiam a um Satisfaz Pouco.
Assim sendo, tal como para os Lusíadas, segui a estratégia de fazer um zapping de 360 graus ao DN. Fui de tal forma eficiente que cheguei às últimas páginas em metade do tempo programado, o que me obrigou a ler este artigo, mas na versão impressa – Eleitas as 20 fotos falsas mais polémicas.
Começava assim:
"Quem não se lembra da foto do presidente norte-americano George W. Bush segurando um livro de cabeça para baixo, na visita a uma escola em 2002? A imagem correu mundo, via Internet, provocando o riso e o agrado dos opositores do Presidente republicano. Mas também, a dúvida de quem ainda hoje a observa. Será verdade? (Ver a resposta ao lado)"
E eu fui ver a resposta ao lado.
No entanto, a transposição do artigo da edição impressa do Diário de Notícias para a versão online – presumo que ainda seja esta a ordem em vigor – omite o que está entre parêntesis, “Ver a resposta ao lado”, além da própria resposta ao lado. O que deu azo a esta contundente crítica à jornalista Paula Brito:
“Não, não é. A jornalista é confrontada com uma asserção clara da falsificação fotográfica e agarra-se desesperadamente à mentira, indiferente ao atestado de imbecilidade que passa aos leitores que percebem a tentativa de manipulação. O poder do condicionamento ideológico continua a levar muitos a tentar virar não só o livro de Bush mas o mundo inteiro de pernas para o ar.”
Ou seja, andou um gajo a esgalhar um texto a escavacar na menina… para nada.
O online ainda tem muita a aprender com o papel.
Ideias que morreram (1)
Ideia: Bolsa de um quiosque
Descrição: Sistema online de compra e venda de acções de jornais baseadas na variação das vendas no quiosque.
Desculpa?? Oh pá, imagina que o Publico vendeu em média 20 exemplares por dia durante os últimos 3 meses. Se o preço médio do jornal for de 1,00€, um título em bolsa do Publico tem um valor inicial de 20,00€. Se tu achas que o Publico vai vender mais que 20 por dia, deves investir na compra de títulos do Publico. E quem fala do Publico, fala de qualquer outro jornal.
Estou a ver. E como variam as cotações? Se as vendas subirem em relação à média de exemplares vendidos nos últimos 3 meses (ou coisa que o valha), a cotação sobe. Caso contrário, desce.
E se eu quiser vender acções? Vendes. Mesmo que não haja comprador. Isto não é uma verdadeira bolsa.
Mas estamos a falar de dinheiro a sério?? És parvo ou quê? Claro que não!
Nem prémios?? Talvez, talvez...
Mas espera lá... Como é que eu sei se um jornal vai vender mais ou menos? Porra que tu és chato, tanta pergunta, tanta pergunta... Há muitos factores que contribuem para a variação nas vendas: novas colecções, títulos bombásticos, acontecimentos importantes, brindes, e até o próprio estado do tempo, a época do ano ou a altura do mês.
Muito bem. E a ideia morreu porque... hmmm... porque o investimento era alto em termos financeiros e de tempo, para um retorno duvidoso.
Que lições tiraste desta ideia? ... Que raio de pergunta... Sei lá... Olha, eu não tinha ideia nenhuma de como funcionava uma bolsa de valores. Fui ter com o Rui Branco e ele teve a pachorra de me explicar o básico. Depois entusiasmei-me com a coisa, li meia dúzia de calhamaços sobre o tema e passei a jogar na bolsa.
A sério?? Ahahahah! E ganhaste alguma coisa? Mete-te na tua vida.
Só para terminar e não te chateio mais. Probabilidades de ainda colocares a ideia em funcionamento: 20%
Descrição: Sistema online de compra e venda de acções de jornais baseadas na variação das vendas no quiosque.
Desculpa?? Oh pá, imagina que o Publico vendeu em média 20 exemplares por dia durante os últimos 3 meses. Se o preço médio do jornal for de 1,00€, um título em bolsa do Publico tem um valor inicial de 20,00€. Se tu achas que o Publico vai vender mais que 20 por dia, deves investir na compra de títulos do Publico. E quem fala do Publico, fala de qualquer outro jornal.
Estou a ver. E como variam as cotações? Se as vendas subirem em relação à média de exemplares vendidos nos últimos 3 meses (ou coisa que o valha), a cotação sobe. Caso contrário, desce.
E se eu quiser vender acções? Vendes. Mesmo que não haja comprador. Isto não é uma verdadeira bolsa.
Mas estamos a falar de dinheiro a sério?? És parvo ou quê? Claro que não!
Nem prémios?? Talvez, talvez...
Mas espera lá... Como é que eu sei se um jornal vai vender mais ou menos? Porra que tu és chato, tanta pergunta, tanta pergunta... Há muitos factores que contribuem para a variação nas vendas: novas colecções, títulos bombásticos, acontecimentos importantes, brindes, e até o próprio estado do tempo, a época do ano ou a altura do mês.
Muito bem. E a ideia morreu porque... hmmm... porque o investimento era alto em termos financeiros e de tempo, para um retorno duvidoso.
Que lições tiraste desta ideia? ... Que raio de pergunta... Sei lá... Olha, eu não tinha ideia nenhuma de como funcionava uma bolsa de valores. Fui ter com o Rui Branco e ele teve a pachorra de me explicar o básico. Depois entusiasmei-me com a coisa, li meia dúzia de calhamaços sobre o tema e passei a jogar na bolsa.
A sério?? Ahahahah! E ganhaste alguma coisa? Mete-te na tua vida.
Só para terminar e não te chateio mais. Probabilidades de ainda colocares a ideia em funcionamento: 20%
Hoje escrevem eles, que eu estou de folga
domingo, setembro 07, 2008
Um excelente trabalho sobre o destaque dos jornais portugueses dado aos jogos olímpicos. No Certamente.
A Bola é minha, no Cacifo do Paulinho - o melhor blog do Sporting a seguir ao Mãos ao Ar.
A Bola é minha, no Cacifo do Paulinho - o melhor blog do Sporting a seguir ao Mãos ao Ar.
Isto é só para quem tem unhas!
quarta-feira, setembro 03, 2008
Cada vez mais me convenço que isto dos quiosques é só para quem tem unhas, e eu por vezes sinto que não obedeço a este importante pré-requisito. Obviamente que não falo no sentido figurado. Quando digo “isto é só para quem tem unhas”, significa que quando um quiosqueiro corta as unhas, a sua disponibilidade para o ofício fica reduzida a menos de 50%. Esta importante conclusão, que padece de um estudo mais aprofundado (inútil, na minha opinião, tal a convicção que me invade), tem como implicação imediata que o leitor lance um olhar cuidadoso às unhas da senhora pessoa que lhe vende os jornais, da próxima vez que se deslocar ao quiosque.
Não me quero alongar muito sobre os pormenores técnicos que uma unha comprida - ou uma mão cheia delas - permite executar dentro de um quiosque. Mas desde que os volumes de tabaco passaram a trazer o invólucro em plástico, em vez do prático papel, que uma unha mais arrojada do ponto de vista estético pode fazer toda a diferença, entre sacar de um Ventil em 2 segundos ou acabar por perfurar dois maços à tesourada 30 segundos depois, tal o desespero em abrir uma merda que assim à primeira vista dá a ideia de ser extraordinariamente simples. Não é.
Eu não queria mesmo alongar-me sobre este tipo de operações que uma unha comprida é capaz de fazer, mas já que falam nisso, eu sou o primeiro a admitir que uma super unha é gaja para desfazer qualquer tipo de nó numa questão de segundos, fazendo com que o senhor cordel que amarra a imprensa estrangeira ao tronco da árvore sobreviva durante quase todo o verão. Como dizia o Vilarinho (ou seria o Sousa Cintra?), são estas merdas que fazem a diferença entre um grande gestor e um gestor.
“Queres tu então dizer que fulano que se sente atrás de uma banca de jornais só tem a ganhar em deixar crescer as unhas?”.
Calma. Não é deixar crescer. Trata-se simplesmente de não as cortar. Há-de chegar um ponto em que a unharra já não resiste a um choque mais violento com a registadora, ou a um esmagamento da pilha de Expressos. Ou seja, primeiro deixa-se actuar a Mãe Natureza, depois é entregar o destino ao Pai Quiosque, que Ele nestas coisas costuma ser implacável.
Só para finalizar, que já estou quase a ter uma trombose a escrever isto.
Dá jeito ter uma ou outra unha compridona ali à mão de semear, e podia estar aqui o dia todo a enunciar mil e uma vantagens. Um quiosqueiro sem unhas é um Ronaldo sem bola, um Eusébio sem whiskey, um Jacinto Paixão sem Marineide. Mas, sejamos sérios, é bom ter presente que fora do quiosque também há vida. Apesar de nos torneios de Pro Evolution Soccer – e atenção que vou revelar um grande segredo – ser mais importante ter unhas compridas que comandar o Barcelona ou o Manchester United, há uma reputação a conservar, e não vale a pena destrui-la por causa da “unha comprida que é muito jeitosa lá no quiosque”.
Não me quero alongar muito sobre os pormenores técnicos que uma unha comprida - ou uma mão cheia delas - permite executar dentro de um quiosque. Mas desde que os volumes de tabaco passaram a trazer o invólucro em plástico, em vez do prático papel, que uma unha mais arrojada do ponto de vista estético pode fazer toda a diferença, entre sacar de um Ventil em 2 segundos ou acabar por perfurar dois maços à tesourada 30 segundos depois, tal o desespero em abrir uma merda que assim à primeira vista dá a ideia de ser extraordinariamente simples. Não é.
Eu não queria mesmo alongar-me sobre este tipo de operações que uma unha comprida é capaz de fazer, mas já que falam nisso, eu sou o primeiro a admitir que uma super unha é gaja para desfazer qualquer tipo de nó numa questão de segundos, fazendo com que o senhor cordel que amarra a imprensa estrangeira ao tronco da árvore sobreviva durante quase todo o verão. Como dizia o Vilarinho (ou seria o Sousa Cintra?), são estas merdas que fazem a diferença entre um grande gestor e um gestor.
“Queres tu então dizer que fulano que se sente atrás de uma banca de jornais só tem a ganhar em deixar crescer as unhas?”.
Calma. Não é deixar crescer. Trata-se simplesmente de não as cortar. Há-de chegar um ponto em que a unharra já não resiste a um choque mais violento com a registadora, ou a um esmagamento da pilha de Expressos. Ou seja, primeiro deixa-se actuar a Mãe Natureza, depois é entregar o destino ao Pai Quiosque, que Ele nestas coisas costuma ser implacável.
Só para finalizar, que já estou quase a ter uma trombose a escrever isto.
Dá jeito ter uma ou outra unha compridona ali à mão de semear, e podia estar aqui o dia todo a enunciar mil e uma vantagens. Um quiosqueiro sem unhas é um Ronaldo sem bola, um Eusébio sem whiskey, um Jacinto Paixão sem Marineide. Mas, sejamos sérios, é bom ter presente que fora do quiosque também há vida. Apesar de nos torneios de Pro Evolution Soccer – e atenção que vou revelar um grande segredo – ser mais importante ter unhas compridas que comandar o Barcelona ou o Manchester United, há uma reputação a conservar, e não vale a pena destrui-la por causa da “unha comprida que é muito jeitosa lá no quiosque”.