Duas curtas indignações
quarta-feira, fevereiro 28, 2007
Nestas andanças do “ardinaranço”, há duas coisas que me fazem tirar do sério. Até há bem pouco tempo era só uma, mas desde que tomámos a iniciativa de entregar os nossos produtos fora da esfera do quiosque, passaram a duas.
Uma delas, dizia eu, é estar aflito de trocos e receber uma proposta de compra da revista Telenovelas (65 cêntimos) ao mesmo tempo que me estendem uma nota de 20 euros.
1.Dá-me cabo dos nervos.
2.Tenho a sensação que não consigo evitar transparecer a minha cara de indignado para com o cliente, apesar de não valer de nada e de posteriormente chegar à conclusão que mostrar cara de indignado provocará, na melhor das hipóteses, uma resposta indignada do outro lado do balcão.
3.Dá vontade de perguntar “Estou sem moedas, posso dar-lhe o troco em pastilhas?”
Bem, mas a isto chama-se divagar. A outra coisa que me faz tirar do sério... bem, afinal ainda há uma outra antes desta...
Eh pá... detesto! Destesto que me peçam fotocópias quando naquele momento estou a utilizar a fotocopiadora como prateleira matinal! Fico doido! Apesar de me conseguir controlar, faço questão de deixar cair uma outra revista durante a retirada de publicações do local, para mostrar ao cliente quão inconveniente foi.
Outra, outra coisa que me deixa furioso: interromperem-me a leitura da crónica do MST, quando estou prestes a atingir o limite da minha indignação, para me pedirem troco para o estacionamento. Fico absolutamente indignado.
Mas há mais! Faz um frio de rachar e está a chover torrencialmente lá fora. Obviamente, eu estou lá dentro. E ouço uma doce voz: “Menino, importa-se de me mostar a Linhas e Pontos de Fevereiro?”. Minto e respondo que não me importo nada. Mostro a Linhas e Pontos. A Linhas e Pontos é desfraldada de ponta a ponta. Meia hora depois, a Linhas e Pontos regressa à origem. Naturalmente, indigno-me.
Olha outra! Olha outra! Estou a “sobrar” (fazer as sobras). Quando estou a terminar de amarrar mais um volume, processo que implica fazer passar um cordel de fio 3 ou 4 vezes pelo mesmo monte de 5 kilos de revistas, e que pressupõe a utilização das duas mãos em 100% dos casos, alguém me grita: “Bom dia! É o habitual! Os 3 desportivos, o Publico, o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias, a Visão, a Playboy, os meus 5 fascículos desta semana das colecções, 1 volume de Gigante, 7 exemplares do 24 Horas por causa do concurso, 2 trident de mentol, 1 Mars e 3 cautelas para amanhã”. E pronto! Vejo-me obrigado a desfazer aquele volume de revistas e recomeçar tudo mais tarde... Não é de uma gajo ficar indignado??
Não acaba aqui! Esta acontece com mais frequência que possam imaginar. Há um expositor de jornais semanários mesmo ao lado da banca principal (na verdade, é a única banca do quiosque, mas fica bem dizer “banca principal”, pois faz-me sentir um super-ardina num super-quiosque). Sempre que me pedem um jornal semanário, aponto simpaticamente para o expositor, convidando o cliente a servir-se. Tratando-se de um expositor vertical, uns jornais estão mais altos que outros. Já fiz as contas. Em média, 2 em cada 10 portugueses não alcança o jornal do topo. Ou 1 em cada 5, se preferirem...
Esta não escapa. Procurar uma revista minúscula de sopa de letras de nome “sopilândia” ou “sopas mais” no meio de centena e meia de cruzadas, cruzadezes e outros derivados de cruz, pode ser das tarefas mais injustamente remuneradas da história da venda directa ao público. Se para efectuar essa busca acrescentarmos o encargo de retirar um monte de sudokus e kokurus da frente, cujos tamanhos podem variar entre o A7 e o A4+ avantajado, com o cuidado de manter a ordem da semana de devolução de cada uma delas, podermos estar perante a tentativa de satisfação de pedido ao cliente simultaneamente mais minuciosa e menos proveitosa alguma vez tentada dentro de um exíguo espaço de 6 metros quadros.
Ok, então dizia eu que havia duas coisas que neste negócio me faziam tirar do sério. São um pouco mais que duas, mas há uma que entrou recentemente para o lote.
Há 3 razões para ser eu próprio a fazer a distribuição de jornais e revistas ao domicílio.
1º Sou chefe e o chefe deve passar por todas as componentes do negócio.
2º Sou o chefe mais rápido.
3º Com a devida ajuda musical, é a altura ideal do dia para durante uma hora fazer as devidas ligações químicas entre neurónios, partindo da certeza que tenho mais do que um.
Pois bem, é das coisas mais frustrantes que pode acontecer a quem anda nisto das entregas: chegar ao quiosque com 1 jornal no saco e concluir que ficou por entregar ao cliente mais afastado, precisamente aquele que fazia questão de ser o primeiro da cidade a ler o Record.
Uma delas, dizia eu, é estar aflito de trocos e receber uma proposta de compra da revista Telenovelas (65 cêntimos) ao mesmo tempo que me estendem uma nota de 20 euros.
1.Dá-me cabo dos nervos.
2.Tenho a sensação que não consigo evitar transparecer a minha cara de indignado para com o cliente, apesar de não valer de nada e de posteriormente chegar à conclusão que mostrar cara de indignado provocará, na melhor das hipóteses, uma resposta indignada do outro lado do balcão.
3.Dá vontade de perguntar “Estou sem moedas, posso dar-lhe o troco em pastilhas?”
Bem, mas a isto chama-se divagar. A outra coisa que me faz tirar do sério... bem, afinal ainda há uma outra antes desta...
Eh pá... detesto! Destesto que me peçam fotocópias quando naquele momento estou a utilizar a fotocopiadora como prateleira matinal! Fico doido! Apesar de me conseguir controlar, faço questão de deixar cair uma outra revista durante a retirada de publicações do local, para mostrar ao cliente quão inconveniente foi.
Outra, outra coisa que me deixa furioso: interromperem-me a leitura da crónica do MST, quando estou prestes a atingir o limite da minha indignação, para me pedirem troco para o estacionamento. Fico absolutamente indignado.
Mas há mais! Faz um frio de rachar e está a chover torrencialmente lá fora. Obviamente, eu estou lá dentro. E ouço uma doce voz: “Menino, importa-se de me mostar a Linhas e Pontos de Fevereiro?”. Minto e respondo que não me importo nada. Mostro a Linhas e Pontos. A Linhas e Pontos é desfraldada de ponta a ponta. Meia hora depois, a Linhas e Pontos regressa à origem. Naturalmente, indigno-me.
Olha outra! Olha outra! Estou a “sobrar” (fazer as sobras). Quando estou a terminar de amarrar mais um volume, processo que implica fazer passar um cordel de fio 3 ou 4 vezes pelo mesmo monte de 5 kilos de revistas, e que pressupõe a utilização das duas mãos em 100% dos casos, alguém me grita: “Bom dia! É o habitual! Os 3 desportivos, o Publico, o Jornal de Notícias, o Diário de Notícias, a Visão, a Playboy, os meus 5 fascículos desta semana das colecções, 1 volume de Gigante, 7 exemplares do 24 Horas por causa do concurso, 2 trident de mentol, 1 Mars e 3 cautelas para amanhã”. E pronto! Vejo-me obrigado a desfazer aquele volume de revistas e recomeçar tudo mais tarde... Não é de uma gajo ficar indignado??
Não acaba aqui! Esta acontece com mais frequência que possam imaginar. Há um expositor de jornais semanários mesmo ao lado da banca principal (na verdade, é a única banca do quiosque, mas fica bem dizer “banca principal”, pois faz-me sentir um super-ardina num super-quiosque). Sempre que me pedem um jornal semanário, aponto simpaticamente para o expositor, convidando o cliente a servir-se. Tratando-se de um expositor vertical, uns jornais estão mais altos que outros. Já fiz as contas. Em média, 2 em cada 10 portugueses não alcança o jornal do topo. Ou 1 em cada 5, se preferirem...
Esta não escapa. Procurar uma revista minúscula de sopa de letras de nome “sopilândia” ou “sopas mais” no meio de centena e meia de cruzadas, cruzadezes e outros derivados de cruz, pode ser das tarefas mais injustamente remuneradas da história da venda directa ao público. Se para efectuar essa busca acrescentarmos o encargo de retirar um monte de sudokus e kokurus da frente, cujos tamanhos podem variar entre o A7 e o A4+ avantajado, com o cuidado de manter a ordem da semana de devolução de cada uma delas, podermos estar perante a tentativa de satisfação de pedido ao cliente simultaneamente mais minuciosa e menos proveitosa alguma vez tentada dentro de um exíguo espaço de 6 metros quadros.
Ok, então dizia eu que havia duas coisas que neste negócio me faziam tirar do sério. São um pouco mais que duas, mas há uma que entrou recentemente para o lote.
Há 3 razões para ser eu próprio a fazer a distribuição de jornais e revistas ao domicílio.
1º Sou chefe e o chefe deve passar por todas as componentes do negócio.
2º Sou o chefe mais rápido.
3º Com a devida ajuda musical, é a altura ideal do dia para durante uma hora fazer as devidas ligações químicas entre neurónios, partindo da certeza que tenho mais do que um.
Pois bem, é das coisas mais frustrantes que pode acontecer a quem anda nisto das entregas: chegar ao quiosque com 1 jornal no saco e concluir que ficou por entregar ao cliente mais afastado, precisamente aquele que fazia questão de ser o primeiro da cidade a ler o Record.
Grandes revistas (2)
terça-feira, fevereiro 27, 2007
Contas da semana 8/2007
segunda-feira, fevereiro 26, 2007
Grandes revistas (1)
domingo, fevereiro 25, 2007
Os homens da Atlântico
quinta-feira, fevereiro 22, 2007
Não tinham passado mais que três dias após ter tomado as rédeas do quiosque. Em pleno Verão, a azáfama era grande e o espaço pequeno para tanta tralha. Lembro-me perfeitamente. Fui eu que abri aquele volume, pouco passavam das oito da manhã. "Que é isto?... Que raio de revista é esta?... Nove?? Para que é que quero nove exemplares desta coisa??". Chutei os nove para canto e só de lá saíram um mês depois, para serem devolvidos. Nesse mês não vendi nenhum exemplar da revista Atlântico.
Por isso, Atlântico, se notou uma enorme quebra nas vendas de Setembro de 2005, encontrou agora a justificação :)
Só me dei conta da asneira no mês seguinte quando, fora do stress inicial e num momento de maior lucidez, consegui perceber que a revista Atlântico nada tinha a ver com mar ou pesca. Qual Bruno Paixão, senti-me na obrigação de compensar o erro anterior, e repousei a dita cuja de Outubro no quadro de honra principal (leia-se banca) durante três dias seguidos.
E isto a propósito de quê?...
Ah, a propósito de uma colecção de posts que a malta da Atlântico publicou recentemente e que vale a pena passar os olhos (ou até mesmo ler):
Jornais, Algumas sobre jornais (I), Algumas sobre jornais (II), Ainda os jornais, Algumas sobre jornais (III), Ainda os jornais II, Algumas sobre jornais (IV), Jornais e a leitura, Algumas sobre jornais (V), Algumas sobre jornais (VI).
Destaco esta tese de Henrique Raposo:
"Na minha geração, não há leitura porque o sistema de ensino, desde o início, é uma máquina de trituração do gosto da leitura. Os meus colegas, e com razão, achavam que eu era estúpido por gostar tanto de ler. Digo "com razão" porque eles, tendo apenas o sistema de ensino como referência, só podiam considerar a leitura como sendo uma coisa sem graça, sem fascínio, sem interesse."
Por isso, Atlântico, se notou uma enorme quebra nas vendas de Setembro de 2005, encontrou agora a justificação :)
Só me dei conta da asneira no mês seguinte quando, fora do stress inicial e num momento de maior lucidez, consegui perceber que a revista Atlântico nada tinha a ver com mar ou pesca. Qual Bruno Paixão, senti-me na obrigação de compensar o erro anterior, e repousei a dita cuja de Outubro no quadro de honra principal (leia-se banca) durante três dias seguidos.
E isto a propósito de quê?...
Ah, a propósito de uma colecção de posts que a malta da Atlântico publicou recentemente e que vale a pena passar os olhos (ou até mesmo ler):
Jornais, Algumas sobre jornais (I), Algumas sobre jornais (II), Ainda os jornais, Algumas sobre jornais (III), Ainda os jornais II, Algumas sobre jornais (IV), Jornais e a leitura, Algumas sobre jornais (V), Algumas sobre jornais (VI).
Destaco esta tese de Henrique Raposo:
"Na minha geração, não há leitura porque o sistema de ensino, desde o início, é uma máquina de trituração do gosto da leitura. Os meus colegas, e com razão, achavam que eu era estúpido por gostar tanto de ler. Digo "com razão" porque eles, tendo apenas o sistema de ensino como referência, só podiam considerar a leitura como sendo uma coisa sem graça, sem fascínio, sem interesse."
Contas da semana 7/2007
segunda-feira, fevereiro 19, 2007
Coincidências
sexta-feira, fevereiro 16, 2007
INOVADOR
Um quiosque na freguesia de xxxxxxxx aposta na entrega de jornais, revistas e outros produtos ao domicílio, sem custos adicionais para os clientes. O serviço é destinado, essencialmente, a cidadãos portadores de deficiência motora, acamados e idosos, mas “qualquer um” pode solicitar o préstimo. Para além da vertente social e empresarial da ideia inédita, é uma prova que o “Empreendedorismo”
(por algum motivo que desconheço, o artigo termina mesmo assim)
O texto acima reproduzido NÃO se refere ao quiosque que serve de inspiração a este blog - o Quiosque da Praça 8 de Maio. Faz parte de uma rubrica da autoria de Paulo Dâmaso, jornalista de uma revista da cidade que saiu ontem para as bancas.
Não posso deixar de esclarecer o seguinte:
1. A 15 de Novembro de 2006 publiquei no blog um e-mail enviado por um leitor que me indicou um conjunto de sugestões possíveis de implementar no quiosque.
2. Uma dessas sugestões era : “A minha sugestão é criar formas intensificar o negócio fora da esfera local do quiosque. Para tal, sugiro a divulgação de entregas a domicilio (é claro que as Páginas Amarelas da Internet www.pai.pt serão um veículo essencial), encomendas telefónicas, ou pela internet. As entregas realizar-se-iam a determinada hora e sem custos para o cliente para determinado volume de negócio diário ou anual. O Segmento a explorar seria: 3ª idade (com dificuldade de locomoção), instituições ou empresas (p.ex. Lares de 3ª idade, hospitais, consultórios médicos , clínicas médicas, etc.).”
3. No dia 22 de Dezembro de 2006 coloquei no quiosque e no blog 3 posters gigantes (iguais) em que informava: “Em 2007 este quiosque vai a sua casa”.
4. Nos primeiros dias de Janeiro lancei um desafio aos leitores do blog sobre o lançamento de um cartão-cliente no quiosque, onde a principal vantagem seria “Entrega do jornal ou revista em sua casa, estabelecimento ou empresa, sem qualquer custo adicional”. A proposta foi discutida no blog, por e-mail, em família, com alguns amigos mais chegados e, finalmente, com os meus clientes, tendo-se chegado à conclusão que a iniciativa tinha alguns pontos interessantes, mas não servia totalmente o perfil de potenciais interessados. Como tal, o lançamento do cartão-cliente foi posto de parte e decidi avançar apenas com a iniciativa da entrega gratuita ao domicílio.
5. Entretanto, mais ou menos por esta altura, fui contactado pelo proprietário do quiosque acima referido no artigo no sentido de lhe fornecer jornais e revistas, com o devido desconto acordado entre quiosques, pois ainda não lhe tinha sido possível celebrar contratos com as distribuidoras. Acedi ao pedido. O fornecimento teve início a 20 de Janeiro de 2007 e o proprietário desloca-se ao meu quiosque todos os dias para levantar as publicações que lhe posso dispensar.
No dia 29 de Janeiro de 2007 o flyer ficou pronto e no dia 5 de Fevereiro começou a ser distribuído.
6. No dia 6 de Fevereiro de 2007 começaram as entregas gratuitas.
7. O título do artigo é enganador. Inovar significa tornar novo, o que não foi o caso. Como tal, a ideia não é inédita, como refere o autor. Muito longe disso.
8. O autor do artigo é cliente quase diário do meu quiosque e é autor de um blog onde coloca o Diário de um Quiosque nos seus links, onde inclusivamente já lhe dedicou um post.
9. O “inovador” visado no artigo todos os dias vai ao meu quiosque buscar jornais e revistas para vender no seu quiosque, e passando por lá todos os dias é confrontado visualmente com estes cartazes em formato A2, colocados no quiosque:
Há coincidências do caraças.
Um quiosque na freguesia de xxxxxxxx aposta na entrega de jornais, revistas e outros produtos ao domicílio, sem custos adicionais para os clientes. O serviço é destinado, essencialmente, a cidadãos portadores de deficiência motora, acamados e idosos, mas “qualquer um” pode solicitar o préstimo. Para além da vertente social e empresarial da ideia inédita, é uma prova que o “Empreendedorismo”
(por algum motivo que desconheço, o artigo termina mesmo assim)
O texto acima reproduzido NÃO se refere ao quiosque que serve de inspiração a este blog - o Quiosque da Praça 8 de Maio. Faz parte de uma rubrica da autoria de Paulo Dâmaso, jornalista de uma revista da cidade que saiu ontem para as bancas.
Não posso deixar de esclarecer o seguinte:
1. A 15 de Novembro de 2006 publiquei no blog um e-mail enviado por um leitor que me indicou um conjunto de sugestões possíveis de implementar no quiosque.
2. Uma dessas sugestões era : “A minha sugestão é criar formas intensificar o negócio fora da esfera local do quiosque. Para tal, sugiro a divulgação de entregas a domicilio (é claro que as Páginas Amarelas da Internet www.pai.pt serão um veículo essencial), encomendas telefónicas, ou pela internet. As entregas realizar-se-iam a determinada hora e sem custos para o cliente para determinado volume de negócio diário ou anual. O Segmento a explorar seria: 3ª idade (com dificuldade de locomoção), instituições ou empresas (p.ex. Lares de 3ª idade, hospitais, consultórios médicos , clínicas médicas, etc.).”
3. No dia 22 de Dezembro de 2006 coloquei no quiosque e no blog 3 posters gigantes (iguais) em que informava: “Em 2007 este quiosque vai a sua casa”.
4. Nos primeiros dias de Janeiro lancei um desafio aos leitores do blog sobre o lançamento de um cartão-cliente no quiosque, onde a principal vantagem seria “Entrega do jornal ou revista em sua casa, estabelecimento ou empresa, sem qualquer custo adicional”. A proposta foi discutida no blog, por e-mail, em família, com alguns amigos mais chegados e, finalmente, com os meus clientes, tendo-se chegado à conclusão que a iniciativa tinha alguns pontos interessantes, mas não servia totalmente o perfil de potenciais interessados. Como tal, o lançamento do cartão-cliente foi posto de parte e decidi avançar apenas com a iniciativa da entrega gratuita ao domicílio.
5. Entretanto, mais ou menos por esta altura, fui contactado pelo proprietário do quiosque acima referido no artigo no sentido de lhe fornecer jornais e revistas, com o devido desconto acordado entre quiosques, pois ainda não lhe tinha sido possível celebrar contratos com as distribuidoras. Acedi ao pedido. O fornecimento teve início a 20 de Janeiro de 2007 e o proprietário desloca-se ao meu quiosque todos os dias para levantar as publicações que lhe posso dispensar.
No dia 29 de Janeiro de 2007 o flyer ficou pronto e no dia 5 de Fevereiro começou a ser distribuído.
6. No dia 6 de Fevereiro de 2007 começaram as entregas gratuitas.
7. O título do artigo é enganador. Inovar significa tornar novo, o que não foi o caso. Como tal, a ideia não é inédita, como refere o autor. Muito longe disso.
8. O autor do artigo é cliente quase diário do meu quiosque e é autor de um blog onde coloca o Diário de um Quiosque nos seus links, onde inclusivamente já lhe dedicou um post.
9. O “inovador” visado no artigo todos os dias vai ao meu quiosque buscar jornais e revistas para vender no seu quiosque, e passando por lá todos os dias é confrontado visualmente com estes cartazes em formato A2, colocados no quiosque:
Há coincidências do caraças.
Sorte madrasta
quinta-feira, fevereiro 15, 2007
A Casa da Sorte é o maior Requisitante Oficial da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa e foi fundada em 1933 pelo Ex.mo Sr. António Augusto Nogueira da Silva.
“A sua sorte está com quem sabe” é um das frase-chave que nos é bombardeada pela Casa da Sorte na sua fantástica página de abertura. Quis a sorte que ao ter adquirido o quiosque há ano e meio atrás, tivesse herdado à força a honra de trabalhar com tal entidade. Com quem sabe, dizem eles...
Sinto uma enorme admiração por esta empresa, apenas comparável ao apreço que Mário Soares nutrirá por quem nele votou para pior português de sempre. E se Mário Soares recebeu quase 40% dos votos neste concurso, a Casa da Sorte não me dá mais do que 8% por cada cautela vendida. Além destes míseros 8%, ganho ainda alguma legitimidade para ficar no mínimo aborrecido com a minha relação com a Casa da Sorte.
A Casa (já chega de publicidade gratuita), além de distribuir lotarias e prémios por esse país fora, é simultaneamente a empresa cujos produtos menos lucro dão ao quiosque e a que mais trabalho oferece ao contabilista. Ora, sendo eu o intermediário oficial da relação Casa/Contabilista, é possível afirmar, com uma elevada percentagem de acerto, que esta Casa dá-me trabalho e pouco mais. Por vezes, há que retribuir esta gentileza.
Há dias, como bom intermediário que sou, tive que ligar para a Casa a pedir umas papeladas referentes a 2006 que, como manda a tradição na Casa, estavam em falta. Formulo educadamente o meu pedido ao responsável da Casa e do outro lado sou confrontado com a seguinte resposta: “Oh amigo, isso vai dar uma trabalheira! Vamos fazer antes assim...”. Depois de verificar que não teria ligado por engano para uma qualquer repartição pública, e com receio de causar um esgotamento ao meu interlocutor, nem pensei duas vezes e aceitei o “vamos fazer antes assim” sem qualquer reserva e mesmo antes de ouvir a frase completa. A minha única vitória foi conseguir negociar o envio dos documentos por fax directamente para a contabilidade, sem passar pelo quiosque, baldando-me claramente ao papel de intermediário das partes envolvidas.
Confesso que nestes momentos em directo me falta a coragem e principalmente a honestidade para mandar pessoal deste calibre à merda e fazer o que lhes compete, mas aproveito a oportunidade que me é concedida neste espaço para, na possibilidade remota do indivíduo acima citado visitar este texto, deixar-lhe a seguinte mensagem, válida para os próximos 3 anos e meio: “Vai trabalhar malandro!”
“A sua sorte está com quem sabe” é um das frase-chave que nos é bombardeada pela Casa da Sorte na sua fantástica página de abertura. Quis a sorte que ao ter adquirido o quiosque há ano e meio atrás, tivesse herdado à força a honra de trabalhar com tal entidade. Com quem sabe, dizem eles...
Sinto uma enorme admiração por esta empresa, apenas comparável ao apreço que Mário Soares nutrirá por quem nele votou para pior português de sempre. E se Mário Soares recebeu quase 40% dos votos neste concurso, a Casa da Sorte não me dá mais do que 8% por cada cautela vendida. Além destes míseros 8%, ganho ainda alguma legitimidade para ficar no mínimo aborrecido com a minha relação com a Casa da Sorte.
A Casa (já chega de publicidade gratuita), além de distribuir lotarias e prémios por esse país fora, é simultaneamente a empresa cujos produtos menos lucro dão ao quiosque e a que mais trabalho oferece ao contabilista. Ora, sendo eu o intermediário oficial da relação Casa/Contabilista, é possível afirmar, com uma elevada percentagem de acerto, que esta Casa dá-me trabalho e pouco mais. Por vezes, há que retribuir esta gentileza.
Há dias, como bom intermediário que sou, tive que ligar para a Casa a pedir umas papeladas referentes a 2006 que, como manda a tradição na Casa, estavam em falta. Formulo educadamente o meu pedido ao responsável da Casa e do outro lado sou confrontado com a seguinte resposta: “Oh amigo, isso vai dar uma trabalheira! Vamos fazer antes assim...”. Depois de verificar que não teria ligado por engano para uma qualquer repartição pública, e com receio de causar um esgotamento ao meu interlocutor, nem pensei duas vezes e aceitei o “vamos fazer antes assim” sem qualquer reserva e mesmo antes de ouvir a frase completa. A minha única vitória foi conseguir negociar o envio dos documentos por fax directamente para a contabilidade, sem passar pelo quiosque, baldando-me claramente ao papel de intermediário das partes envolvidas.
Confesso que nestes momentos em directo me falta a coragem e principalmente a honestidade para mandar pessoal deste calibre à merda e fazer o que lhes compete, mas aproveito a oportunidade que me é concedida neste espaço para, na possibilidade remota do indivíduo acima citado visitar este texto, deixar-lhe a seguinte mensagem, válida para os próximos 3 anos e meio: “Vai trabalhar malandro!”
Um dia no quiosque - parte 2 ( 7.45 / 8:30 )
terça-feira, fevereiro 13, 2007
Parte 1 aqui.
O quiosque abre às 8. A partida deste escriba dá-se por volta das 7 e 57. Faço questão de levar à letra a regra “abrir às 8”, não confundido de maneira alguma com “ir para lá às 7 e 40 para ter tudo pronto para abrir às 8”. “Abrir às 8” é mesmo colocar a chave na porta por volta dessa hora. Nunca antes e algumas vezes... depois. Além disso não tenho nenhum superior a quem dar graxa.
O meio de transporte utilizado varia conforme vários factores, que não interessam muito para aqui, mas que passo a resumir: a pé, se o tempo o permite; de carro, se o quiosque exigiu antecipadamente para esse dia o usufruto exclusivo da bagageira do carro como armazém secundário.
Na chegada ao local é possível avaliar, mesmo antes de abrir a porta, se a primeira meia hora de trabalho vai ou não ser um teste à capacidade de improvisação espacial do desgraçado que escreve estas linhas. Tal pode ser verificado deitando um rápido olhar sobre a banca principal. Se por lá se acumulam volumes de jornais e revistas, significa que a caixa onde deveriam repousar se encontra completamente lotada. Se assim é, usualmente deito um longo e desesperado suspiro acompanhado de um pontapé na atmosfera, pois benzer-me está fora de questão (não acredito de forma alguma que vinda do nada surja uma mão divina que me safe desta alhada). Resta-me então seguir os mandamentos da bíblia do ardina referente ao período a.o.t. – antes das oito e tal: recolherás, desamarrarás, contarás, ordenarás, distribuirás e arrumarás todo e qualquer volume que se encontre nas imediações do teu estabelecimento. Executarás estas tarefas, sem trocar a ordem, em pouco mais de meia hora, e num espaço exíguo onde não caberão mais do que 15 Miccolis, sentados, em pé ou deitados, agarrados à face posterior da coxa esquerda.
Decididamente, não é o que se pode chamar propriamente de começar bem o dia.
(Continuarás).
O quiosque abre às 8. A partida deste escriba dá-se por volta das 7 e 57. Faço questão de levar à letra a regra “abrir às 8”, não confundido de maneira alguma com “ir para lá às 7 e 40 para ter tudo pronto para abrir às 8”. “Abrir às 8” é mesmo colocar a chave na porta por volta dessa hora. Nunca antes e algumas vezes... depois. Além disso não tenho nenhum superior a quem dar graxa.
O meio de transporte utilizado varia conforme vários factores, que não interessam muito para aqui, mas que passo a resumir: a pé, se o tempo o permite; de carro, se o quiosque exigiu antecipadamente para esse dia o usufruto exclusivo da bagageira do carro como armazém secundário.
Na chegada ao local é possível avaliar, mesmo antes de abrir a porta, se a primeira meia hora de trabalho vai ou não ser um teste à capacidade de improvisação espacial do desgraçado que escreve estas linhas. Tal pode ser verificado deitando um rápido olhar sobre a banca principal. Se por lá se acumulam volumes de jornais e revistas, significa que a caixa onde deveriam repousar se encontra completamente lotada. Se assim é, usualmente deito um longo e desesperado suspiro acompanhado de um pontapé na atmosfera, pois benzer-me está fora de questão (não acredito de forma alguma que vinda do nada surja uma mão divina que me safe desta alhada). Resta-me então seguir os mandamentos da bíblia do ardina referente ao período a.o.t. – antes das oito e tal: recolherás, desamarrarás, contarás, ordenarás, distribuirás e arrumarás todo e qualquer volume que se encontre nas imediações do teu estabelecimento. Executarás estas tarefas, sem trocar a ordem, em pouco mais de meia hora, e num espaço exíguo onde não caberão mais do que 15 Miccolis, sentados, em pé ou deitados, agarrados à face posterior da coxa esquerda.
Decididamente, não é o que se pode chamar propriamente de começar bem o dia.
(Continuarás).
Assim vão as contas
Dia P
sexta-feira, fevereiro 09, 2007
2ª Feira, dia 12 de Fevereiro, chega o novo Público. Quando há meses me disseram que iria quebrar com tudo o que havia de jornais até então, se calhar não andavam longe da verdade. Pelo menos, a avaliar pelo design.
Não querendo de forma alguma ser acusado de dualidade de critérios pelo PPM, informo desde já que o jornal Auto Sport também vai sofrer uma remodelação a partir da próxima 2ª feira. Coisa, aliás, que a TV Guia Novelas já tinha feito a semana passada...
Não querendo de forma alguma ser acusado de dualidade de critérios pelo PPM, informo desde já que o jornal Auto Sport também vai sofrer uma remodelação a partir da próxima 2ª feira. Coisa, aliás, que a TV Guia Novelas já tinha feito a semana passada...
Já é oficial
quarta-feira, fevereiro 07, 2007
1000 flyers distribuídos e anúncio em jornal da cidade.
Sendo um optimista por natureza, estou pessimista... Mas tinha que tentar!
Este é gratuito e aquilo é uma ordem
sexta-feira, fevereiro 02, 2007
- Tiragem: à volta de 30 exemplares
- A distribuição destina-se exclusivamente à imprensa portuguesa
- Não vale responder com isto. Seria atirar areia para os nossos olhos.