Este blog deseja...
domingo, dezembro 31, 2006
8:20 AM
quarta-feira, dezembro 27, 2006
Olha, lá andam outra vez estes vampiros. Não dou um centavo a esta cambada de ladrões! No outro dia deixei ali o carro ao pé do café, ali ao lado daquela árvore, tás a ver? Deixei lá o carro... esta tem piada. Deixei lá o carro. Nem sequer o tranquei, ia só levantar dinheiro. Quando volto estava o gaijo de volta do carro, a olhar lá pra dentro. Olhava lá pra dentro, olhava para a matrícula, olhava lá pra dentro. Lá com a maquineta. Eu chego-me e digo-lhe “oh pá...”. Eu com esta malta não quero saber, não há cá falinhas mansas. Digo-lhe “oh pá há problema?”. E o gaijo “o ticket, o ticket”. E eu “espere lá que já vou tirar o ticket. Mas vou de carro”. Meti-me no carro e fui embora e o gaijo não fez nada. Nem teve tempo o cabrão. É o que eu te digo, pá! Com esta malta tem que ser assim. Olha, faz-me lembrar aqui há uma série de anos, ali ao pé do mercado. Havia uma velhota que tinha... oh pá uma velhota daquelas que tem a mania que sabe tudo. E o raio da mulher, sempre que a malta passava por lá a falar assim um bocado mais alto, pá, a mulher mandava sempre uma boca qualquer. Nem me lembro bem do que a velha dizia... Ah, e isto a propósito de quê?... hmmm... Pois é, pá, esta malta dos parquímetros pensa que agora com a farda são os maiores. Sabes aquele puto que anda por aí a tombar nos cantos? Oh pá, o pai dele... eu era muito amigo do pai dele. Coitado do homem, não teve culpa do filho que teve... Na altura, já há uns anos... Acho que tu ainda não estavas cá... falava-se muito que a mulher tinha uns esquemas lá com o negócio da loja dela. Tás a ver qual é? Ela agora já não está na loja, quem toma conta daquilo acho que é uma sobrinha, mas aquilo já não dá nada. Eu era muito amigo do pai dele. Ele tinha piada, era um gaijo humilde. Ele tinha muita massa, mais era um forreta do caraças. Olha que uma vez távamos a jogar matraquilhos, ali nos Combatentes. Fizémos dois joguitos, o pessoal tava todo entusiasmado e olha que o homem, lá porque só tinha uma nota grande, não a queria trocar, e eu fartei-me de gastar dinhero naquela porra, pá! Mas era boa pessoa. Morreu no hospital o homem. Num instante. (...) Estes míudos, olha pra isto... enfim... Pois é, pois é... Então e o Jorge? Tem passado por aqui? Vi-o no outro dia, a passar ao longe. Está mais magro, o gaijo. Eu tenho a impressão que ele me viu, eu até fiz sinal. Ele ía do outro lado da rua, acho que ele me viu. Mas devia tar com pressa... ou então não me viu. Nem sei o que ele anda a fazer. Eh pá ainda tenho que ir aos correios. Eu agora é que sirvo de moço de recados, sabes? Ela tá meia doente e é melhor não sair muito. Depois passa o dia a queixar-se que lhe dói aqui e acolá... E já não tenho paciência para aturar essas merdas. Dá-me o Correio da Manhã.
Um presente Ardinário
domingo, dezembro 24, 2006
Desde que este blog foi criado, tenho recebido inúmeros emails a solicitar ajuda e conselhos sobre a abertura de um quiosque. Como as respostas que vou dando são praticamente as mesmas para todos, resolvi escrever este texto, esperando que seja uma ajuda valiosa para quem pretende iniciar-se neste negócio ardinário.
Antes de continuar, devo alertar que só ando nesta vida há ano e meio, e não o faço a full time, pelo que decerto não serei a pessoa ideal para responder às vossa dúvidas. De qualquer forma, aqui fica o meu testemunho.
Há 3 factores que considero cruciais na avaliação das potencialidades de um bom quiosque: a localização, a localização e... a localização. Ok, além destes 3 factores, também penso que a localização seja importante.
Não se inibam de instalar o quiosque numa esquina. Por alguma razão, as Carol... as senhoras da má vida o fazem: aproveitam a clientela de duas ruas perpendiculares.
O preço pedido para a venda de um espaço comercial é sempre justo, pelo menos até ao dia em que o vendedor se vê obrigado a baixá-lo por falta de interessados. Se um snack vende o café a 60 cêntimos e outro, 200 metros à frente, o faz a 50 cêntimos, e eu opto pelo primeiro, faço-o porque prefiro o café do primeiro, ou porque gosto mais do atendimento ou simplesmente porque não faço questão de andar 200 metros para poupar 10 cêntimos no café.
Se o quiosque for agente de euromilhões, totoloto, totobola e afins, óptimo. Há agentes que vivem só à custa disso. Se não for, tire o cavalinho da chuva. A livre concorrência não faz parte dos planos da Santa Casa da Misericórdia.
Faça contas. IVAs, IRSs, PCs, PECs são tudo despesas que geralmente chegam no pior momento. Prepare-se para deixar 200 euros no contabilista todos os meses. Um telefonema de 10 minutos custa-lhe 5 jornais. Use o e-mail, em casa. A luz é cara e a electricidade também. Um quiosque não precisa de gás. Nem de água. Aliás, se o quiosque está na rua, a água que cai lá de cima vai ser um dos seus maiores inimigos.
Anotem isto na primeira linha da lista de desvantagens: quem se mete no negócio de jornais e revistas fica com a vida semi encravada. Tirando o dia 25 de Dezembro, todos os dias há jornais, pelo que fechar o tasco ao Domingo não será uma ideia brilhante, e muito menos encerrar o estabelecimento durante 15 dias para poder gozar aquelas merecidas férias. Entregar o comando das operações ao funcionário, por muito competente que ele seja, é meio caminho andado para ________________.
Perder um cliente é muito fácil, e não será necessário grande esforço para o conseguir. Difícil é ganhar clientes. Por muita vontade que tenha, evite ao máximo expressões como “Xau, palhaço” ou “Lá vem este melga...”. O oposto também deve ser evitado. Desejar boas festas ao cliente fica bem, mas fazer-lhe festas na cara depois de uma venda acima dos 20 Euros dá mau aspecto e pode ser mal interpretado. Deixe de lado a máxima “O cliente tem sempre razão” e aja com “Em princípio, o cliente tem sempre razão”.
Estabeleça uma boa relação com os seus concorrentes. Mais tarde ou mais cedo vai precisar deles. E eles de si. Acordos de 10% de desconto nas vendas entre quiosques são perfeitamente normais.
Se tem mais de 60 anos, esqueça este negócio. Os volumes de jornais e revistas são pesados e o mais certo é ficar de cama ao 3º dia. Se tem entre 40 e 60 e o Benfica ganhou ao Manchester United no dia anterior, num jogo épico e inesquecível, peça ajuda ao vizinho para carregar os 100 Records e Bolas que lhe vão chegar.
Contar, apontar, amarrar, transportar, devolver e conferir as sobras é um processo semanal, duro e não contribui em nada para o seu intelecto. Mas vai ter que o fazer.
Para os mais distraídos, neste momento trabalho com duas distribuidoras de jornais e revistas – a Asco e a Chupista. (... pausa...). Estão a fazer-me sinal lá atrás... Como é que é?? Só existem estas duas distribuidoras? Não posso escolher outras? Ok. Então corrijo. Sou obrigado a trabalhar com as duas únicas distribuidoras no mercado... Ãh? E não posso optar por uma delas?... Ah, distribuem publicações diferentes... Ok. Então reforço. Neste negócio, se não trabalhares com estas duas distribuidoras, o melhor é mudar de ramo.
A Chupista é o Cavaco das distribuidoras: não tem dúvidas e raramente se engana. Quando se engana, corrige rapidamente. Sendo a distribuidora de grande parte das colecções, têm enormes dificuldades em fazer cumprir a remessa de algumas delas. Se há 4 clientes a fazer uma determinada colecção, geralmente só nos chegam 3 exemplares. Mesmo após alguns alertas, vão passar algumas semanas até que mandem as quantidades certas, e quando finalmente o fazem já 1 cliente desistiu da colecção.
Ao contrário do que se pensa, com a Chupista a venda à consignação é ligeiramente desvirtuada. Uma boa fatia das publicações é paga por inteiro antes de ser devolvida. É perfeitamente normal receber 4 exemplares do Autocatálogo 2004 em Dezembro de 2006, em más condições, a ser pago em Janeiro de 2007 e para ser devolvido (e creditado) em Março do mesmo ano.
Conferir a factura semanal da Chupista, digna do pior software do início dos anos 80, é um exercício chato, moroso e complicado. A boa notícia é que raramente se enganam.
A Asco é o pesadelo de qualquer quiosque. Se perguntarem a qualquer proprietário quais os principais inimigos da sua facturação, 90% responderá sem hesitar: o mau tempo e a Asco. Faltas nas remessas e enormes diferenças no crédito das sobras, a um ritmo alucinante, podem deitar abaixo o negócio em poucos meses. Diferenças de créditos de 100 Euros semanais são normais, pelo que há que fazer a reclamação, esperar o crédito na factura seguinte, conferir tudo novamente, re-reclamar o que não foi creditado e, com um bocado de sorte e paciência, esperar pela semana seguinte, e assim sucessivamente. Uma verdadeira dor de cabeça.
Curiosamente, este quiosque tem dois tipos de relação com a Asco na sua história: antes do blog e depois do blog. Antes do blog, a situação era a descrita no parágrafo acima. Depois do blog, como que por milagre, a coisa deu uma volta de... ora... 6 vezes 3... 18... vezes 10... 180... deu uma volta de 180 graus!
No espaço de uma semana recebi 3 vezes mais visitas do inspector que no último ano e meio. Nunca mais faltou um jornal. Os pedidos suplementares chegam em prazos decentes. Se há enganos no crédito de sobras, são a meu favor (!!!). Todas as semanas recebo um email onde se indica ao pormenor o que está ou não correcto na devolução de sobras. As quantidades solicitadas são alteradas imediatamente. Recebo mais exemplares do que aqueles indicados na guia de remessa. Um sonho! Se a Asco mudou assim tão radicalmente, em tão pouco tempo, em todos os postos de venda, desconheço. Por aqui... 5 estrelas.
Se tem dúvidas para avançar para o negócio, leia isto.
Em que outro tipo de negócio é que se recebem produtos na loja, todos diferentes em cada dia que passa? O DN de hoje vai ser sempre diferente do DN de ontem, o Record tem aquela capacidade inata de nos oferecer capas fantásticas, o 24 Horas não pára de nos surpreender com novos e impensáveis brindes, e há sempre pessoal de grande criatividade a escrever no diário da Maria. Depois... há o Público de 6ª feira e de Sábado, a Computer Arts, a World Soccer, a Atlântico, as newsmagazines, os títulos dos filmes porno, a capa da Maxman, o Courrier, a menina dos isqueiros e o suplemento de golfe do Expresso que dá sempre jeito para embrulhar sobras.
Se já está no negócio dos quiosques, há uma regra de ouro que deve seguir à risca, e que provavelmente poderá adoptar a qualquer outro ramo: se tem tempo para ler a Nova Gente de uma ponta à outra, sem que passe um cliente, está na altura de pendurar o letreiro “vende-se”.
Antes de continuar, devo alertar que só ando nesta vida há ano e meio, e não o faço a full time, pelo que decerto não serei a pessoa ideal para responder às vossa dúvidas. De qualquer forma, aqui fica o meu testemunho.
Há 3 factores que considero cruciais na avaliação das potencialidades de um bom quiosque: a localização, a localização e... a localização. Ok, além destes 3 factores, também penso que a localização seja importante.
Não se inibam de instalar o quiosque numa esquina. Por alguma razão, as Carol... as senhoras da má vida o fazem: aproveitam a clientela de duas ruas perpendiculares.
O preço pedido para a venda de um espaço comercial é sempre justo, pelo menos até ao dia em que o vendedor se vê obrigado a baixá-lo por falta de interessados. Se um snack vende o café a 60 cêntimos e outro, 200 metros à frente, o faz a 50 cêntimos, e eu opto pelo primeiro, faço-o porque prefiro o café do primeiro, ou porque gosto mais do atendimento ou simplesmente porque não faço questão de andar 200 metros para poupar 10 cêntimos no café.
Se o quiosque for agente de euromilhões, totoloto, totobola e afins, óptimo. Há agentes que vivem só à custa disso. Se não for, tire o cavalinho da chuva. A livre concorrência não faz parte dos planos da Santa Casa da Misericórdia.
Faça contas. IVAs, IRSs, PCs, PECs são tudo despesas que geralmente chegam no pior momento. Prepare-se para deixar 200 euros no contabilista todos os meses. Um telefonema de 10 minutos custa-lhe 5 jornais. Use o e-mail, em casa. A luz é cara e a electricidade também. Um quiosque não precisa de gás. Nem de água. Aliás, se o quiosque está na rua, a água que cai lá de cima vai ser um dos seus maiores inimigos.
Anotem isto na primeira linha da lista de desvantagens: quem se mete no negócio de jornais e revistas fica com a vida semi encravada. Tirando o dia 25 de Dezembro, todos os dias há jornais, pelo que fechar o tasco ao Domingo não será uma ideia brilhante, e muito menos encerrar o estabelecimento durante 15 dias para poder gozar aquelas merecidas férias. Entregar o comando das operações ao funcionário, por muito competente que ele seja, é meio caminho andado para ________________.
Perder um cliente é muito fácil, e não será necessário grande esforço para o conseguir. Difícil é ganhar clientes. Por muita vontade que tenha, evite ao máximo expressões como “Xau, palhaço” ou “Lá vem este melga...”. O oposto também deve ser evitado. Desejar boas festas ao cliente fica bem, mas fazer-lhe festas na cara depois de uma venda acima dos 20 Euros dá mau aspecto e pode ser mal interpretado. Deixe de lado a máxima “O cliente tem sempre razão” e aja com “Em princípio, o cliente tem sempre razão”.
Estabeleça uma boa relação com os seus concorrentes. Mais tarde ou mais cedo vai precisar deles. E eles de si. Acordos de 10% de desconto nas vendas entre quiosques são perfeitamente normais.
Se tem mais de 60 anos, esqueça este negócio. Os volumes de jornais e revistas são pesados e o mais certo é ficar de cama ao 3º dia. Se tem entre 40 e 60 e o Benfica ganhou ao Manchester United no dia anterior, num jogo épico e inesquecível, peça ajuda ao vizinho para carregar os 100 Records e Bolas que lhe vão chegar.
Contar, apontar, amarrar, transportar, devolver e conferir as sobras é um processo semanal, duro e não contribui em nada para o seu intelecto. Mas vai ter que o fazer.
Para os mais distraídos, neste momento trabalho com duas distribuidoras de jornais e revistas – a Asco e a Chupista. (... pausa...). Estão a fazer-me sinal lá atrás... Como é que é?? Só existem estas duas distribuidoras? Não posso escolher outras? Ok. Então corrijo. Sou obrigado a trabalhar com as duas únicas distribuidoras no mercado... Ãh? E não posso optar por uma delas?... Ah, distribuem publicações diferentes... Ok. Então reforço. Neste negócio, se não trabalhares com estas duas distribuidoras, o melhor é mudar de ramo.
A Chupista é o Cavaco das distribuidoras: não tem dúvidas e raramente se engana. Quando se engana, corrige rapidamente. Sendo a distribuidora de grande parte das colecções, têm enormes dificuldades em fazer cumprir a remessa de algumas delas. Se há 4 clientes a fazer uma determinada colecção, geralmente só nos chegam 3 exemplares. Mesmo após alguns alertas, vão passar algumas semanas até que mandem as quantidades certas, e quando finalmente o fazem já 1 cliente desistiu da colecção.
Ao contrário do que se pensa, com a Chupista a venda à consignação é ligeiramente desvirtuada. Uma boa fatia das publicações é paga por inteiro antes de ser devolvida. É perfeitamente normal receber 4 exemplares do Autocatálogo 2004 em Dezembro de 2006, em más condições, a ser pago em Janeiro de 2007 e para ser devolvido (e creditado) em Março do mesmo ano.
Conferir a factura semanal da Chupista, digna do pior software do início dos anos 80, é um exercício chato, moroso e complicado. A boa notícia é que raramente se enganam.
A Asco é o pesadelo de qualquer quiosque. Se perguntarem a qualquer proprietário quais os principais inimigos da sua facturação, 90% responderá sem hesitar: o mau tempo e a Asco. Faltas nas remessas e enormes diferenças no crédito das sobras, a um ritmo alucinante, podem deitar abaixo o negócio em poucos meses. Diferenças de créditos de 100 Euros semanais são normais, pelo que há que fazer a reclamação, esperar o crédito na factura seguinte, conferir tudo novamente, re-reclamar o que não foi creditado e, com um bocado de sorte e paciência, esperar pela semana seguinte, e assim sucessivamente. Uma verdadeira dor de cabeça.
Curiosamente, este quiosque tem dois tipos de relação com a Asco na sua história: antes do blog e depois do blog. Antes do blog, a situação era a descrita no parágrafo acima. Depois do blog, como que por milagre, a coisa deu uma volta de... ora... 6 vezes 3... 18... vezes 10... 180... deu uma volta de 180 graus!
No espaço de uma semana recebi 3 vezes mais visitas do inspector que no último ano e meio. Nunca mais faltou um jornal. Os pedidos suplementares chegam em prazos decentes. Se há enganos no crédito de sobras, são a meu favor (!!!). Todas as semanas recebo um email onde se indica ao pormenor o que está ou não correcto na devolução de sobras. As quantidades solicitadas são alteradas imediatamente. Recebo mais exemplares do que aqueles indicados na guia de remessa. Um sonho! Se a Asco mudou assim tão radicalmente, em tão pouco tempo, em todos os postos de venda, desconheço. Por aqui... 5 estrelas.
Se tem dúvidas para avançar para o negócio, leia isto.
Em que outro tipo de negócio é que se recebem produtos na loja, todos diferentes em cada dia que passa? O DN de hoje vai ser sempre diferente do DN de ontem, o Record tem aquela capacidade inata de nos oferecer capas fantásticas, o 24 Horas não pára de nos surpreender com novos e impensáveis brindes, e há sempre pessoal de grande criatividade a escrever no diário da Maria. Depois... há o Público de 6ª feira e de Sábado, a Computer Arts, a World Soccer, a Atlântico, as newsmagazines, os títulos dos filmes porno, a capa da Maxman, o Courrier, a menina dos isqueiros e o suplemento de golfe do Expresso que dá sempre jeito para embrulhar sobras.
Se já está no negócio dos quiosques, há uma regra de ouro que deve seguir à risca, e que provavelmente poderá adoptar a qualquer outro ramo: se tem tempo para ler a Nova Gente de uma ponta à outra, sem que passe um cliente, está na altura de pendurar o letreiro “vende-se”.
O quiosque deseja um bom ano aos seus clientes
sexta-feira, dezembro 22, 2006
Lucro, esse gaijo porreiro
quarta-feira, dezembro 20, 2006
Chegou o momento do capítulo 3 da saga do estudo - Distribuição do lucro. Não estou a falar dos dividendos a distribuir no final do ano pelos sócios, mas sim da distribuição do lucro de cada tipo de produto que se vende no quiosque.
Sem mais demoras, porque o tempo é curto, apresento o gráfico mais feio alguma vez lançado nestas bandas. Confesso que dei voltas e mais voltas, mas não arranjei maneira de alterar as cores das fatias. Além disso, o meu explicador de Excel, Johnny Blitz, está de férias na Alemanha.
Nada de extraordinário por aqui. Um quarto do bolo vai para revistas, outro quarto para jornais. Um quinto vai para tabaco e outro quinto para colecções (aqui estão também incluidos os produtos associados a jornais e revistas). No clube dos 5% estão empatados os cartões telefónicos e os outros (selos, lotarias, fotocópias, chocolates, pastilhas, artigos de papelaria, etc...).
Questão seguinte: quem contribui para cada uma destas fatias?
Atrevo-me a responder, com um grau de certeza elevadíssimo: homens e mulheres. O que nos leva para a questão seguinte: como é dividido o bolo dos lucros? A resposta segue neste bonitinho gráfico:
Sabendo que 60% dos lucros vêm dos homens e 40% das mulheres, não deixa de ser curioso que as mulheres comam quase 60% da fatia das revistas. Um dado sem dúvida importante para o quiosque. Por outro lado, é algo surpreendente, pelo menos para mim, que 80% da fatia dos jornais pertença aos homens.
Finalmente, torna-se obrigatório responder à questão: como são distribuidos os lucros, nos homens e nas mulheres?
Aqui vai, primeiro as senhoras:
e agora, homens, cheguem-se à frente:
E a comparação no tal gráfico mais bonitinho:
Ou seja, se derem 100 euros a uma mulher para gastar no quiosque, 10 Euros vão para jornais e 37 Euros vão para revistas. Já o homem prefere gastar 34 Euros em jornais e apenas 18 em revistas.
Desculpem-me os viciados nas contas e rankings do quiosque. De momento não é possível satisfazer o seu pedido. Por favor, tente mais tarde, assim que o estudo estiver mais desafogado e as ideias para a acção de marketing a realizar no início de 2007 estiverem mais definidas.
Esta desculpa também serve para os remetentes dos emails a pedir conselhos para a abertura de um quiosque. Brevemente responderei.
Sem mais demoras, porque o tempo é curto, apresento o gráfico mais feio alguma vez lançado nestas bandas. Confesso que dei voltas e mais voltas, mas não arranjei maneira de alterar as cores das fatias. Além disso, o meu explicador de Excel, Johnny Blitz, está de férias na Alemanha.
Nada de extraordinário por aqui. Um quarto do bolo vai para revistas, outro quarto para jornais. Um quinto vai para tabaco e outro quinto para colecções (aqui estão também incluidos os produtos associados a jornais e revistas). No clube dos 5% estão empatados os cartões telefónicos e os outros (selos, lotarias, fotocópias, chocolates, pastilhas, artigos de papelaria, etc...).
Questão seguinte: quem contribui para cada uma destas fatias?
Atrevo-me a responder, com um grau de certeza elevadíssimo: homens e mulheres. O que nos leva para a questão seguinte: como é dividido o bolo dos lucros? A resposta segue neste bonitinho gráfico:
Sabendo que 60% dos lucros vêm dos homens e 40% das mulheres, não deixa de ser curioso que as mulheres comam quase 60% da fatia das revistas. Um dado sem dúvida importante para o quiosque. Por outro lado, é algo surpreendente, pelo menos para mim, que 80% da fatia dos jornais pertença aos homens.
Finalmente, torna-se obrigatório responder à questão: como são distribuidos os lucros, nos homens e nas mulheres?
Aqui vai, primeiro as senhoras:
e agora, homens, cheguem-se à frente:
E a comparação no tal gráfico mais bonitinho:
Ou seja, se derem 100 euros a uma mulher para gastar no quiosque, 10 Euros vão para jornais e 37 Euros vão para revistas. Já o homem prefere gastar 34 Euros em jornais e apenas 18 em revistas.
Desculpem-me os viciados nas contas e rankings do quiosque. De momento não é possível satisfazer o seu pedido. Por favor, tente mais tarde, assim que o estudo estiver mais desafogado e as ideias para a acção de marketing a realizar no início de 2007 estiverem mais definidas.
Esta desculpa também serve para os remetentes dos emails a pedir conselhos para a abertura de um quiosque. Brevemente responderei.
O fim...
sábado, dezembro 16, 2006
Ao longo dos últimos 3 meses tudo tenho feito para manter o blog o mais actual possível. No entanto, de há um tempo para cá, tal não tem sido possível. Umas vezes por falta de tempo, outras por falta de material, outras por pura falta de inspiração. Mas, na maior parte das vezes, e como já tinha alertado anteriormente, tal deveu-se ao estudo que tenho vindo a fazer relativamente às vendas no quiosque. Assim sendo, e como tudo tem um fim, venho por este meio... partilhar mais um capítulo desse estudo: "O fim... do mês"!
Já tinha uma ideia sobre o fenómeno fim do mês, mas o estudo das vendas das últimas 4 semanas veio não só confirmar essa ideia, como reforçá-la.
A teoria do fim do mês no quiosque diz que, e passo a citar o autor (eu próprio), "...uma boa parte da fatia de clientes que esteja determinado a fazer compras no quiosque vai fazê-lo precisamente no final do mês, quando recebe o seu ordenado".
A primeira questão que se coloca, partindo do princípio que tal teoria se confirma, é: "essas compras são efectuadas em quê?".
Vamos começar por ver o comportamento das mulheres...
Período de maior lucro - 27/11 a 3/12
Período de maior lucro de revistas - 27/11 a 3/12
Período de maior lucro de colecções - 27/11 a 3/12
Agora os homens...
Período de maior lucro - 27/11 a 3/12
Período de maior lucro de revistas - 27/11 a 3/12
Período de maior lucro de colecções - 27/11 a 3/12
E o total...
É fácil concluir que o cliente, homem ou mulher, escolhe o fim/início do mês para comprar mais... revistas e colecções.
Atentem no gráfico dos lucros de colecções, por semana:
(clicar na imagem para ampliar)
Lá está... 27/11 a 3/12 a dominar.
E agora o gráfico dos lucros de revistas, dia por dia:
(clicar na imagem para ampliar)
O lucro dos dias 28, 29 e 30 de Novembro é praticamente o dobro da média das 4 semanas!
Já agora, atentem nos domingos, fraquíssimos em termos de venda de revistas, e no 24 de Novembro, o dia da grande tempestade que fez abanar o quiosque.
Curiosamente, a teoria do fim do mês não se verifica na venda de jornais. Bem pelo contrário:
(clicar na imagem para ampliar)
Perante estes dados, como pode o quiosque actuar? Aumentar a exposição de revistas e colecções nos dias em causa? Impossível. A capacidade máxima de exposição é atingida todos os dias. Penso que está fora de questão utilizar a técnica "porque não leva 2 records, não vá 1 estragar-se...?", mas fazer um pequeno forcing para juntar uma revista ao jornal poderá tornar-se produtivo. Mais ideias?
Brevemente, mais capítulos da saga do estudo.
Já tinha uma ideia sobre o fenómeno fim do mês, mas o estudo das vendas das últimas 4 semanas veio não só confirmar essa ideia, como reforçá-la.
A teoria do fim do mês no quiosque diz que, e passo a citar o autor (eu próprio), "...uma boa parte da fatia de clientes que esteja determinado a fazer compras no quiosque vai fazê-lo precisamente no final do mês, quando recebe o seu ordenado".
A primeira questão que se coloca, partindo do princípio que tal teoria se confirma, é: "essas compras são efectuadas em quê?".
Vamos começar por ver o comportamento das mulheres...
Período de maior lucro - 27/11 a 3/12
Período de maior lucro de revistas - 27/11 a 3/12
Período de maior lucro de colecções - 27/11 a 3/12
Agora os homens...
Período de maior lucro - 27/11 a 3/12
Período de maior lucro de revistas - 27/11 a 3/12
Período de maior lucro de colecções - 27/11 a 3/12
E o total...
É fácil concluir que o cliente, homem ou mulher, escolhe o fim/início do mês para comprar mais... revistas e colecções.
Atentem no gráfico dos lucros de colecções, por semana:
(clicar na imagem para ampliar)
Lá está... 27/11 a 3/12 a dominar.
E agora o gráfico dos lucros de revistas, dia por dia:
(clicar na imagem para ampliar)
O lucro dos dias 28, 29 e 30 de Novembro é praticamente o dobro da média das 4 semanas!
Já agora, atentem nos domingos, fraquíssimos em termos de venda de revistas, e no 24 de Novembro, o dia da grande tempestade que fez abanar o quiosque.
Curiosamente, a teoria do fim do mês não se verifica na venda de jornais. Bem pelo contrário:
(clicar na imagem para ampliar)
Perante estes dados, como pode o quiosque actuar? Aumentar a exposição de revistas e colecções nos dias em causa? Impossível. A capacidade máxima de exposição é atingida todos os dias. Penso que está fora de questão utilizar a técnica "porque não leva 2 records, não vá 1 estragar-se...?", mas fazer um pequeno forcing para juntar uma revista ao jornal poderá tornar-se produtivo. Mais ideias?
Brevemente, mais capítulos da saga do estudo.
Este blog oferece brindes mas não faz promoções
terça-feira, dezembro 12, 2006
Passou uma semana desde a última posta aqui publicada. Obviamente, não vou pedir desculpa pelo facto, nem tão pouco me demito. Mas já que estou aqui, e agradecendo desde já o convite que me foi dirigido, quero aproveitar a oportunidade para esclarecer as pessoas que estão lá em casa: a massa cinzenta do gaijo que me escreve os textos esteve ausente em parte incerta, tirou hoje uma folga e promete ser tão irregular como as performances do Benfica fora do Estádio da Luz.
Não há grandes novidades pelo quiosque. Os 6 metros continuam 6 metros (nem mais um centímetro), o novo toldo tem resisitido heroicamente ao vento e chuvas fortes, a linha telefónica continua interrompida por tempo indeterminado até prova em contrário, não existem novos brindes a acompanhar o 24 Horas, a Maria continua a vender-se a bom ritmo e nota-se apenas um ligeiro decréscimo na saída dos diários. A grande novidade acaba mesmo por ser a chegada às bancas do DVD do "Bob, o Construtor".
No rescaldo da intempérie que assaltou o quiosque nas últimas semanas, já é possível avaliar alguns danos: duas Burdas não resisitiram aos ferimentos e foram abandonadas na esquina mais próxima, três Teleculinárias perderam parte da contra-capa, cinco Cruzadas Directas estão dadas como desaparecidas e o livro da Memória Fotográfica dos 100 anos do Benfica encontra-se ainda ligado ao aquecedor, 24 horas por dia, sendo o seu estado considerado crítico.
Terminou finalmente a recolha exaustiva de 4 semanas de vendas. O relatório será publicado por aqui, peça a peça, à medida que for sendo construído. Para já, deixo disponível o capítulo "Este blog oferece brindes mas não faz promoções - Expresso x Sol":
Vendas por semana
Vendas por género
Dados referentes ao dia de saída do jornal e ao dia seguinte
Não há grandes novidades pelo quiosque. Os 6 metros continuam 6 metros (nem mais um centímetro), o novo toldo tem resisitido heroicamente ao vento e chuvas fortes, a linha telefónica continua interrompida por tempo indeterminado até prova em contrário, não existem novos brindes a acompanhar o 24 Horas, a Maria continua a vender-se a bom ritmo e nota-se apenas um ligeiro decréscimo na saída dos diários. A grande novidade acaba mesmo por ser a chegada às bancas do DVD do "Bob, o Construtor".
No rescaldo da intempérie que assaltou o quiosque nas últimas semanas, já é possível avaliar alguns danos: duas Burdas não resisitiram aos ferimentos e foram abandonadas na esquina mais próxima, três Teleculinárias perderam parte da contra-capa, cinco Cruzadas Directas estão dadas como desaparecidas e o livro da Memória Fotográfica dos 100 anos do Benfica encontra-se ainda ligado ao aquecedor, 24 horas por dia, sendo o seu estado considerado crítico.
Terminou finalmente a recolha exaustiva de 4 semanas de vendas. O relatório será publicado por aqui, peça a peça, à medida que for sendo construído. Para já, deixo disponível o capítulo "Este blog oferece brindes mas não faz promoções - Expresso x Sol":
Vendas por semana
Vendas por género
Dados referentes ao dia de saída do jornal e ao dia seguinte
Fixação na ficção
terça-feira, dezembro 05, 2006
Que dia é hoje? É dia de actualizar os números.
Reparem na coluna "REV". Não engana. Chega-se ao início do mês e disparam as vendas de revistas. Se fosse sempre assim...
O saldo:
O que está a acontecer
Entrámos na última das 4 semanas de recolha de dados sobre as vendas. A partir da próxima 2ª feira irei compilar todos os resultados e provavelmente o estudo obrigará a criar um site, tal a quantidade de informação a analisar. A acompanhar com atenção, porque há coisas que só se fazem uma vez na vida.
Continuamos sem telefone, fax e payshop. Como não estou a pagar o aluguer da linha directamente à PT, o processo de restauração da linha teve que ser requerido à Tele2, que por sua vez o reencaminha para a PT. Perante a minha insistência na resolução do problema, predomina a resposta habitual "não depende de nós". Simplex e esperex.
A partir de 5ª feira, o quiosque passa a plastificar documentos.
O quiosque vai ter um novo serviço de vendas. A surpresa será anunciada em 1ª mão, aqui, brevemente.
Ficção hoje. Realidade amanhã?
Dia de chuva, intensa. Com o vento a ajudar à festa, sobra todo o tempo do mundo no quiosque.
Ao passar a vista por tudo o que era jornal, dou por mim a desfolhar o diário do distrito. Só me interessam as páginas da minha cidade. Duas páginas. Coloco-me momentaneamente no papel do comprador... Se o jornal custar 1€ e apenas me interessam duas das suas vinte páginas, não faz sentido dar 1€ pelo jornal. Tento avaliar o preço das duas páginas, continuando a assumir o papel de comprador. Não me é possível saber quais as notícias que ocupam as duas páginas que me interessam, pelo que não consigo avaliar correctamente quanto estaria disposto a oferecer por elas. Mesmo assim, às cegas, não me importaria de dar 10 cêntimos para ler essas duas páginas.
Este problema é diversas vezes colocado por vários clientes do quiosque. Há dias, depois de comprar um desportivo, um cliente queixa-se à minha frente, ao mesmo tempo que vai virando as páginas do jornal: “Lixo, lixo, lixo, lixo, lixo... ah cá está o que me interessa..., lixo, lixo, lixo...”.
A informação útil de um jornal para um cliente tipo deverá rondar os 30%, da mesma forma que para mim as jantes de liga leve ou os estofos de cabedal são supérfluos num automóvel. A diferença é que na compra do automóvel, eu posso dispensar o que não me seduz. Num jornal, tal não é possível.
Para solucionar o problema tive que fazer uma viagem no tempo.
5 de Dezembro de 2026
Morreu ontem o último jornal impresso português. Na mensagem de despedida aos seus leitores podia ler-se “Não resistimos à onda. A partir de amanhã estaremos presentes apenas em www.pay-per-read.pt”. O Pay Per Read é um portal online lançado há pouco mais de 5 anos e que apressou o fim dos jornais impressos em Portugal. Em www.pay-per-read.pt podemos encontrar notícias, reportagens, crónicas ou artigos de opinião, dos mais diversos autores, desde o mais consagrado analista político ao mais jovem jornalista recém licenciado. Os utilizadores pagam os artigos que mais lhes interessam através de um sistema de cartão virtual recarregável.
Ficção hoje. Realidade amanhã?
p.s. - Duplos parabéns primarroquino! Um deles com atraso de 4 dias... ;)
Reparem na coluna "REV". Não engana. Chega-se ao início do mês e disparam as vendas de revistas. Se fosse sempre assim...
O saldo:
O que está a acontecer
Entrámos na última das 4 semanas de recolha de dados sobre as vendas. A partir da próxima 2ª feira irei compilar todos os resultados e provavelmente o estudo obrigará a criar um site, tal a quantidade de informação a analisar. A acompanhar com atenção, porque há coisas que só se fazem uma vez na vida.
Continuamos sem telefone, fax e payshop. Como não estou a pagar o aluguer da linha directamente à PT, o processo de restauração da linha teve que ser requerido à Tele2, que por sua vez o reencaminha para a PT. Perante a minha insistência na resolução do problema, predomina a resposta habitual "não depende de nós". Simplex e esperex.
A partir de 5ª feira, o quiosque passa a plastificar documentos.
O quiosque vai ter um novo serviço de vendas. A surpresa será anunciada em 1ª mão, aqui, brevemente.
Ficção hoje. Realidade amanhã?
Dia de chuva, intensa. Com o vento a ajudar à festa, sobra todo o tempo do mundo no quiosque.
Ao passar a vista por tudo o que era jornal, dou por mim a desfolhar o diário do distrito. Só me interessam as páginas da minha cidade. Duas páginas. Coloco-me momentaneamente no papel do comprador... Se o jornal custar 1€ e apenas me interessam duas das suas vinte páginas, não faz sentido dar 1€ pelo jornal. Tento avaliar o preço das duas páginas, continuando a assumir o papel de comprador. Não me é possível saber quais as notícias que ocupam as duas páginas que me interessam, pelo que não consigo avaliar correctamente quanto estaria disposto a oferecer por elas. Mesmo assim, às cegas, não me importaria de dar 10 cêntimos para ler essas duas páginas.
Este problema é diversas vezes colocado por vários clientes do quiosque. Há dias, depois de comprar um desportivo, um cliente queixa-se à minha frente, ao mesmo tempo que vai virando as páginas do jornal: “Lixo, lixo, lixo, lixo, lixo... ah cá está o que me interessa..., lixo, lixo, lixo...”.
A informação útil de um jornal para um cliente tipo deverá rondar os 30%, da mesma forma que para mim as jantes de liga leve ou os estofos de cabedal são supérfluos num automóvel. A diferença é que na compra do automóvel, eu posso dispensar o que não me seduz. Num jornal, tal não é possível.
Para solucionar o problema tive que fazer uma viagem no tempo.
5 de Dezembro de 2026
Morreu ontem o último jornal impresso português. Na mensagem de despedida aos seus leitores podia ler-se “Não resistimos à onda. A partir de amanhã estaremos presentes apenas em www.pay-per-read.pt”. O Pay Per Read é um portal online lançado há pouco mais de 5 anos e que apressou o fim dos jornais impressos em Portugal. Em www.pay-per-read.pt podemos encontrar notícias, reportagens, crónicas ou artigos de opinião, dos mais diversos autores, desde o mais consagrado analista político ao mais jovem jornalista recém licenciado. Os utilizadores pagam os artigos que mais lhes interessam através de um sistema de cartão virtual recarregável.
Ficção hoje. Realidade amanhã?
p.s. - Duplos parabéns primarroquino! Um deles com atraso de 4 dias... ;)
Derby no quiosque - 2ª parte
domingo, dezembro 03, 2006
"O Benfica" não se deixou intimidar pelo hastear de bandeiras sportinguistas e vem provar que não é apenas o jornal do maior clube do mundo. É muito mais do que isso.
Ao meu lado pousa o nº3264 do jornal “O Benfica”. Data de 17 de Novembro e foi lançado dois dias antes da derrota em Braga. Uma fotografia de Luisão enche praticamente toda a 1ª página. Nota-se-lhe uma expressão de confiança ao mesmo tempo que ergue triunfalmente o braço mais famoso da época 2004/2005. No texto que o acompanha pode ler-se “Em Braga começam... 8 finais até ao Natal”.
Também não passa despercebido o anúncio no topo da página: “Guiness World Records – 160.398 sócios activos - Somos o maior clube do mundo”. Saltando rapidamente para a página 12, conclui-se que a ambição deste clube não tem limites. Numa promoção ao Kit Sócio Benfica lê-se algo como: “Vamos tornar o Benfica o maior clube do mundo”.
As páginas 2 e 3 são de fazer inveja aos melhores momentos do Inimigo Publico. O tema está bem vincado no topo da página: actualidade.
A história: um lance polémico ocorrido num Porto-Benfica da temporada... 1938/39. A poucos minutos do fim do jogo, decisivo para a atribuição do título, Soares dos Reis, guarda-redes do Porto, deixa escapar uma bola, e aparece Feliciano Barbosa a empurrar para o fundo das redes. O golo foi anulado, mas a fotografia publicada mostra que não houve falta sobre o Soares. Já na altura tinha ficado com a sensação que não teria havido qualquer irregularidade no lance. Setenta anos depois, tirei todas as dúvidas.
Como qualquer publicação de referência, no “O Benfica” existe também uma secção dos “mais e menos da semana”. Se no fundo da tabela aparece um tal de SCP e um gajo chamado Gilberto, no topo figuram surpreendentemente Mantorras e o próprio SLB. Mantorras, por ter recebido o subsídio de aquecimento atrás da baliza de Helton (falam-se em valores a rondar os 3 euros e 72 cêntimos) e o SLB por continuar na luta pelo título de “O mais que maior clube do mundo”.
Na página 15 faz-se um percurso bem interessante pelas actividades das diversas casas do Benfica espalhadas pelo país. Fica-se a saber que a casa de Coruche faz 8 anos, a de Águeda cumpre 7 anos de existência e a casa do Porto atinge a maioridade: 18 aninhos. Para comemorar a data serve-se um saboroso serviço de buffet, animação musical e várias surpresas, e faz-se ainda uma homenagem à equipa de Pesca Desportiva da Casa do Porto, campeã do mundo em 2005/2006!!! Aliás, mais à frente fico a saber que nesta modalidade o Benfica garantiu a contratação de Ruizinho, ex-atleta dos Escorpiões da Pontinha. A seguir com atenção.
Na secção de futsal, o título capta a minha atenção: “Vitória expressiva frente ao líder – É assim mesmo rapazes!” Resultado: Benfica-3 FJ Antunes-2.
“O Benfica” é isto mesmo. É assim mesmo rapazes!
p.s. - nas páginas centrais...
...uma homenagem ao melhor post de sempre da blogosfera
Agora sim, o resultado deste derby, em destaque numa publicação do quiosque:
Ao meu lado pousa o nº3264 do jornal “O Benfica”. Data de 17 de Novembro e foi lançado dois dias antes da derrota em Braga. Uma fotografia de Luisão enche praticamente toda a 1ª página. Nota-se-lhe uma expressão de confiança ao mesmo tempo que ergue triunfalmente o braço mais famoso da época 2004/2005. No texto que o acompanha pode ler-se “Em Braga começam... 8 finais até ao Natal”.
Também não passa despercebido o anúncio no topo da página: “Guiness World Records – 160.398 sócios activos - Somos o maior clube do mundo”. Saltando rapidamente para a página 12, conclui-se que a ambição deste clube não tem limites. Numa promoção ao Kit Sócio Benfica lê-se algo como: “Vamos tornar o Benfica o maior clube do mundo”.
As páginas 2 e 3 são de fazer inveja aos melhores momentos do Inimigo Publico. O tema está bem vincado no topo da página: actualidade.
A história: um lance polémico ocorrido num Porto-Benfica da temporada... 1938/39. A poucos minutos do fim do jogo, decisivo para a atribuição do título, Soares dos Reis, guarda-redes do Porto, deixa escapar uma bola, e aparece Feliciano Barbosa a empurrar para o fundo das redes. O golo foi anulado, mas a fotografia publicada mostra que não houve falta sobre o Soares. Já na altura tinha ficado com a sensação que não teria havido qualquer irregularidade no lance. Setenta anos depois, tirei todas as dúvidas.
Como qualquer publicação de referência, no “O Benfica” existe também uma secção dos “mais e menos da semana”. Se no fundo da tabela aparece um tal de SCP e um gajo chamado Gilberto, no topo figuram surpreendentemente Mantorras e o próprio SLB. Mantorras, por ter recebido o subsídio de aquecimento atrás da baliza de Helton (falam-se em valores a rondar os 3 euros e 72 cêntimos) e o SLB por continuar na luta pelo título de “O mais que maior clube do mundo”.
Na página 15 faz-se um percurso bem interessante pelas actividades das diversas casas do Benfica espalhadas pelo país. Fica-se a saber que a casa de Coruche faz 8 anos, a de Águeda cumpre 7 anos de existência e a casa do Porto atinge a maioridade: 18 aninhos. Para comemorar a data serve-se um saboroso serviço de buffet, animação musical e várias surpresas, e faz-se ainda uma homenagem à equipa de Pesca Desportiva da Casa do Porto, campeã do mundo em 2005/2006!!! Aliás, mais à frente fico a saber que nesta modalidade o Benfica garantiu a contratação de Ruizinho, ex-atleta dos Escorpiões da Pontinha. A seguir com atenção.
Na secção de futsal, o título capta a minha atenção: “Vitória expressiva frente ao líder – É assim mesmo rapazes!” Resultado: Benfica-3 FJ Antunes-2.
“O Benfica” é isto mesmo. É assim mesmo rapazes!
p.s. - nas páginas centrais...
...uma homenagem ao melhor post de sempre da blogosfera
Agora sim, o resultado deste derby, em destaque numa publicação do quiosque: